Verão de 2015
Enfim outro verão despede-se deixando um rastro de
acontecimentos, reflexões, pensamentos e balanços nas nossas vidas.
Às águas de março estão fechando o verão – como cantava a
saudosa Elis Regina- e com essas águas vão também memórias fortes de tudo o que
tem acontecido.
Este verão ficará na história das nossas vidas como o período
quente, abafado e chuvoso em que enfrentamos uma crise política e econômica
terrível. Mal o novo governo começou o seu mandato e está em queda de
popularidade e descredito. As razões são múltiplas: o escândalo de corrupção na
Petrobrás (para muitos a maior roubalheira que já se viu nos anais desta
República), um Congresso majoritariamente em oposição ao governo, o fantasma da
inflação já é uma realidade, a falta de medidas para enfrentar a crise de
maneira mais convincente, minaram a paciência do povo brasileiro, a maior parte
do povo, que manifestou um descontentamento nunca visto antes. É incrível como
neste verão apareceu no nosso vocabulário: “panelaço”, “manifestação”,
“corrupção”, “impeachment” e muito mais. Palavras fortes que trazem consigo uma
carga emocional de conflitos e problemas. A falta de liderança, a ausência do
líder, do capitão desta imensa nave que está fazendo água por todos os lados
não é só preocupante, é aterrorizante. Aonde vamos parar? É o que todos se
perguntam com preocupação. Sim, as águas de março vieram com tudo, trazendo
enchentes e alagamentos de desespero aos nosso salários, aos nossos projetos,
as nossas aspirações como nação. Aonde vai levar tudo isto? Não sabemos. Tudo é
tão incerto como a própria vida. O único que sabemos é, que neste verão
extraordinário e singular, vivemos dias de civismo nunca visto antes. Isso não
é só encorajador, é também uma esperança para a nossa jovem democracia.
Hoje, o verão chega ao seu fim, hoje é dia de agradecer por
mais um verão em nossas vidas.
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