O PRIMEIRO SEMESTRE DE
2015
O primeiro semestre de 2015 fechas as portas com um grande
dilema. Não consigo fazer um balanço exato do que foram estes seis meses tão
surpreendentes. Por um lado, posso dizer que foi muito difícil para todos nós,
imersos numa crise econômica e política desastrosa, uma crise de valores éticos
que nos deixam abatidos e, muitas vezes sem esperança. Por outro lado, essa
esperança, apesar de ser pouca, ainda subsiste. Vem à minha mente frases como
“Tudo acontece nesta vida para melhor”, ou “Não há mal que dure cem anos”, ou
coisas parecidas. Minha natural alegria e coração cheio de esperança sempre
foram antídotos para superar qualquer contratempo. Mas este primeiro semestre
está sendo desafiador.
Desafiador no sentido da nossa inteligência e da nossa
capacidade de rever as dificuldades e passar por alto com garbo e com
sabedoria. Desafiador no sentido de fortalecer a nossa fé em saber que tudo
passa nesta vida, e o que “não nos mata, nos fortalece”.
Sempre procuro aprender algo novo no ligeiro andar da
carruagem da minha vida. Observo com atenção os meandros do cotidiano, dos
acontecimentos e procuro encontrar, com a luz da razão, alguma explicação sobre
o comportamento humano e sobre os acontecimentos do mundo.
Dentro de nosso convívio diário e cívico, a tempestade não
tardou em aparecer já no começo do ano. As altas temperaturas do verão
pressagiavam uma tempestade política de dimensões nunca vistas. O escândalo da
Petrobrás, talvez o maior escândalo de corrupção da República, veio à tona em
meio as incertezas econômicas que seriam realidade em pouco tempo. A inflação
nos ares, o desemprego, a queda da renda, a subida de impostos e juros
bancários, pressagiavam um futuro cheio de temores e tristezas para todos os
brasileiros.
No centro do governo, a crise política da Presidente chegou
às alturas. O embate entre o Executivo e o Legislativo dificultou e ainda
dificulta muito a aprovação de leis que assegurem o reajuste fiscal, urgente e
necessária para sair da lama em que o próprio governo se meteu e nos condenou.
A cada dia, os escândalos aparecem e já não nos deixa assustados, pior, estamos
acostumados a eles. Mas as grandes manifestações populares de maio e abril,
demostraram o descontento dos cidadãos com o governo.
A FIFA também foi centro das atenções sobre notícias de
corrupção internacional que também tiveram influência nos cartolas tupiniquins.
A prisão do Ex-Presidente da CFB (Confederação Brasileira de Futebol), José
Maria Marin, abalaram o mundo da bola.
Enquanto isso o mundo enfrentou suas próprias tragédias. O
terremoto no Nepal foi um evento muito triste que provocou grande comoção.
Atentados terroristas do grupo Islâmico ISIS na Síria e no Iraque preocupam o
mundo. Na França, e nos países árabes a situação é preocupante. Desde o
atentado em Paris, em janeiro, do jornal “Charlie Hebdo” quando foram
assassinados jornalistas, aos atentados na Tunísia e Kuwait, o mundo vê
ameaçado sua existência pacífica com o avanço desse grupo radical.
A crise econômica da Grécia atingiu seu ápice em junho,
quando o país está ameaçado em sair da zona do Euro se não pagar sua dívida com
o FMI que vence no dia 30 de junho. O governo grego chamou um plebiscito para
aprovar ou não o plano econômico exigido pelos países da União Europeia. A
situação é preocupante.
Mas, apesar de todos os pesares, a vida é muito rica em
milagres e contradições. Os sentimentos podem ser estranhos, confusos e até
inexplicáveis na maioria das vezes, mas eles são, com certeza, nosso
combustível que nos dá a segurança de que somos humanos e que com os
sentimentos podemos encontrar, muitas vezes, as respostas a tantas questões
difíceis que estamos vivendo.
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