25 de janeiro, a cosmopolita São Paulo completa 471 anos. A "PAULICÉIA DISVAIRADA" de Mario de Andrade, a capital da semana de Arte de 1922, a industrial, trabalhadeira e por sobre tudo, muito brasileira apesar de ser internacional, a outrora VILA DE SÃO PAULO DO PIRATININGA, celebra mais um aniversário.
Aqui vai um trecho do primeiro capítulo do meu romance dedicado a esta cidade que sempre me abraçou como uma mãe abraça os seus filhos.
SÃO PAULO, O ROMANCE é um projeto monumental onde a personagem principal é a cidade. Numa mistura de personagens históricos e fictícios, procuro explicar - se isso é possível - a transformação de uma pequena e inexpressiva vila de bandeirantes e indígenas na maior cidade do continente americano no século XXI.
"O dia seguinte amanheceu com uma névoa sobre o Tamanduatei. Logo de manhã, bem cedo, chegaram os caciques das tribos que moravam na região. Eram o cacique Quereré da tribo Carijó, que estava estabelecida na margem oeste do rio Anhangabaú, e o cacique Teroqué da tribo Caiangue da ribeira do Tamanduateí. Ambos caciques estavam acompanhados por um grupo de dez ou vinte índios cada um.
Anchieta falava a língua tupi-guarani
e se comunicava muito bem com os índios, então couve a ele dar as boas-vindas
aos visitantes. O jovem jesuíta teve uma boa experiencia com os indígenas de
Salvador, quando chegou no Brasil no ano anterior.
Juntos sentaram-se no chão e os
jesuítas falaram sobre a fundação de um colégio jesuíta naquele lugar.
Dom Manoel achava o lugar onde eles
estavam o ideal para a escola. Os caciques concordaram e juntos com os índios e
a comitiva de André Ramalho acompanharam os padres até o lugar mais alto desde
onde podia ver-se todo o vale do Piratininga.
- Que nome devemos dar ao Colégio? - Perguntou
Dom Manoel à Anchieta.
- Estive pensando hoje bem cedo.
Estamos no dia 25 de janeiro. Segundo o calendário do santoral hoje é o dia da
conversão de São Paulo. Que tal chamarmos então Colégio de São Paulo?
- Boa ideia, mas pensando bem, – disse
da Nóbrega – não só chamaremos o colégio como São Paulo, senão também a vila
que será fundada com ele. Então chamaremos de Vila de São Paulo de
Piratininga...
- Excelente, dom Manoel – disse
Anchieta – sugiro então que celebremos a Santa Missa neste lugar para oficializar
a fundação.
Alguns índios limparam o terreno. Os
padres improvisaram um pequeno altar com troncos de árvores e colocaram o
crucifixo. E ali, celebraram a solene Missa de fundação da Vila e do Colégio
Jesuíta de São Paulo de Piratininga.
A nova vila foi fundada"
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