segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

AINDA ESTOU AQUI





 Quando a ausência é tratada de modo sublime.


Parabéns ao cinema brasileiro. A excelente atriz Fernanda Torres está brilhante como Eunice Paiva, mulher do deputado Rubens Paiva, sequestrado, torturado e morto pela ditadura militar brasileira que se abateu sobre o país entre 1964 e 1985. 

Walter Salles Jr é, sem dúvidas um grande diretor. Fernanda Torres tem uma das atuações mais espetaculares que vi nos últimos anos. Não é a toa que é filha da grande dama Fernanda Montenegro de quem herdou esse talento artístico tão aplaudido em todo o mundo.

Em homenagem à mãe, o escritor Marcelo Rubens Paiva descreveu-a de forma incrivelmente primorosa. O filme é sobre a ausência que se faz presente de forma terrivelmente emotiva.

O fato de Fernanda Torres ganhar o Globo de Ouro como melhor atriz de drama, já é uma conquista inédita. 

Mas, o que tem este filme de diferente? Os especialistas em técnica de filmagem falam da posição da câmara de Salles e, o silencio.  O silencio que faz com que a expressão do ator se revele em um momento indescritível.

Quero falar de dois momentos: a cena da sorveteria da Eunice(ainda jovem) da Fernanda Torres; e a cena da Eunice idosa, interpretada magistralmente por Fernanda Montenegro. Nos dois momentos, o silêncio, é a expressão das duas atrizes, são icônicas. 

E, finalmente como cinéfilo. AINDA ESTOU AQUI, conseguiu, ao terminar de assistí-lo,  estremecer as membranas mais íntimas da minha emoção. Isso, só um grande filme é capaz de provocar tamanha sensação no meu âmago. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário