Após estar fechado por quase três
anos, ontem foi a reabertura do Cine Belas Artes com patrocínio da Caixa Econômica
Federal, chamado agora de Cine Caixa Belas Artes. A alegria do cinéfilo tem um
nome: Belas Artes!
O trânsito na avenida da
Consolação parou ontem à tarde quando mais de 2000 pessoas participaram da
abertura do cine mais famoso de arte de Sampa. E como o cinema é conhecido
pelos filmes artísticos, claro, não poderia ter um dia tão especial com
apresentações especiais: QUANTO MAIS QUENTE MELHOR, A MALVADA, SARGENTO
GETÚLIO, MORANGOS SILVESTRES de Bergman, entre outros.
O Belas Artes tem um significado
muito especial para mim. Foi o primeiro cinema que fui ao chegar à grande
cidade, há mais de dez anos atrás. Lembro de tantos filmes, de tantas tardes de
verão e de inverno, de tantos filmes da Mostra Internacional de Cinema de São
Paulo, onde assisti obras tão interessantes.
A reabertura foi uma das vitórias
da cidadania. Fundada em 1943, quando era conhecida como Cine Ritz, levou esse
nome até 1967 quando já foi chamado de Belas Artes. Em 1982 sofreu um incêndio criminoso
que obrigou uma reforma e até 2011 foi considerado um ícone cultural
cinematográfico da cidade. Nesse ano, desentendimentos com o proprietário atual
do imóvel obrigou a fecha-lo por quase três anos. Em 2012, sua fachada foi
tombada. Eu mesmo assinei o pedido de tombamento que recolheu assinaturas pela
internet. A luta pela Belas Artes mostrou que o cinema de rua é fundamental
para uma cidade sustentável, mais humana.
Foi no Cine Belas Artes onde vi
filmes que ficaram na minha lembrança: EDITH PIAFF, THE QUEEN, MOLOCH, e a
reapresentação do meu filme favorito de Visconti: MORTE EM VENEZA.
Meus primeiros contatos com o
cinema, vem da minha infância. Meu primeiro filme?” TARZAN”. E foi num cinema
de rua. Desde sempre ir ao cinema para mim era um programa mais do que
especial. Avesso mas não oposto aos cinemas nos grandes Shopping Centers onde o
cinema é mais um programa adicionado às compras, aos restaurantes, os cinemas
de rua tem tanto glamour como charme.
O exemplo de como a cidadania de São
Paulo demostrou com a luta pela reabertura deste cinema tão especial, produz no
meu coração uma imensa alegria em saber que, a cultura, ainda é um item
importante nesta grande cidade.
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