sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ENTARDECER NA PRIMAVERA


Vejo a lua cheia, pálida e etérea por entre as nuvens. É outro entardecer desta primavera tão louca e estranha como nunca vivi antes.
Olho para baixo, a grama verde como a esperança, verde como as matas, verde como a imensidão do mar. O lugar parece anestesiado, em paz. Olhei o relógio. Ainda tinha sete minutos para contemplar este entardecer maravilhoso, este peculiar momento da natureza e da minha alma.
Olho para cima e vejo árvores, árvores tão altas quanto a minha imaginação. a vida.
Estive tantas vezes neste lugar e nunca tinha percebido a sua real beleza. Os troncos das árvores são enormes, as folhagens exuberantes exibiam uma tímida alegria. Tudo estava luminoso pois estávamos no horário de verão, apesar de ser ainda primavera.
Senti o cheiro suave de folha úmida que provocou em mim uma sensação de euforia e vigor. O sol se pôs ainda pouco, a claridade continuava. Ainda tinha alguns minutos para sonhar, para observar e ser observado.
Estava na praça da paz, correndo e caminhando, estava no parque do Ibirapuera que parecia um mar de solidão e tranqüilidade. Mas o sentimento de solidão quando é buscada é simplesmente maravilhosa. A solidão que nos faz observar o fundo da nossa alma, um caminho para o tão almejado auto - conhecimento.

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