domingo, 26 de agosto de 2012

AS AVENTURAS DE FLOPI



“ O REI DO MAR”(PARTE III)

 

 Flopi sabia que Néfutar adorava joias raras. Ele teve uma ideia  bem original. Um bom tempo atrás, junto com Pampo, tinham nadado até um navio que afundou perto da caverna de Ortrud, o gigante monstro molusco e, com muito perigo tinham conseguido entrar na embarcação sinistra e explorado alguns tesoures ocultos. Flopi tinha encontrado um colar de perola negra muito bonito e levado consigo como premio pela arriscada aventura. Ele conservara o colar num estojo de concha de tartaruga no fundo do baú do seu quarto.

Flopi pegou o colar com o estojo e o levou até a casa de Néfutar. A cantora estava descansando quando a avisaram que um peixinho queria lhe falar. Flopi foi introduzido num pequeno salão verde enfeitado de algas e liquens e sentou-se na cadeira, ansioso.

Néfutar apareceu e conversaram. No começo, a ideia de ir cantar de fronte à caverna das enguias assassinas era uma loucura, mas quando Flopi  falou- e mostrou para ela- o colar de pérolas negras , Néfutar mudou de opinião imediatamente. Agora restava a etapa mais difícil e tanto Flopi como Néfutar teriam que ter muita coragem.

 

O lugar era sinistro e ameaçador. Flopi dirigia o caminho para Néfutar que começava a se sentir ameaçada pela atmosfera do lugar. Chegaram perto da caverna e esconderam-se por trás de uma rocha escura. Dali podiam observar o vai e vem das enguias que não tinham ideia do que iria acontecer.

Instantes depois, Néfutar começou a cantar uma música suave. As enguias se juntaram imediatamente na entrada da caverna e queriam saber de onde vinha essa melodia tão distinta. Quando as enguias apareceram aos montes, o sangue de Flopi, que já era frio, começou a congelar de medo, mas Néfutar continuava o seu canto.

Minutos depois, as enguias pareciam absortas com a música quase celestial que ouviam. Elas nunca tinham ouvido uma música assim. Então, Flopi acenou para Néfutar e se dirigiu até a caverna. As enguias não pareceram notar a sua presença.

Então Flopi entrou devagar na caverna. O que viu era um montão de ossos e espinhas de outros peixes mortos. Isso o fez temer, pois se acontecer alguma coisa à Néfutar eles iriam morrer.

Rapidamente entrou em todos os becos que se abriam no seu caminho. De repente chamou-lhe a atenção um pequeno baú dourado, quase escondido. Ele o abriu e, quase gritando de surpresa, percebeu que ali estava o tesouro que tanto desejava: uma coroa de pedras preciosas que ele nunca vira antes. A coroa brilhava com uma intensidade que quase o cegava. Flopi olhou ao redor e , como não via ninguém, pegou a coroa e se dirigiu depressa em direção a entrada da caverna.

As enguias continuavam absortas com o canto de Néfutar. Flopi passou por elas tranquilamente e, quando chegou perto de Néfutar, percebeu que o perigo era ainda maior. Se Néfutar parasse de cantar, as enguias atacariam em bandos e seria o fim deles.

Flopi escondeu a coroa num pequeno saco e não sabia qual seria o momento oportuno para que ele e Néfugar fugissem. Mas, o inesperado aconteceu. Ele viu que as tropas do Rei Tritão, comandadas pelo tubarão Fidalgo estavam fazendo uma ronda por perto. Flopi fez um gesto para Néfutar e ela deixou de cantar. Nesse momento, eles começaram a nadar muito velozmente, e as enguias, acordadas, começaram a persegui-los. Mas Flopi gritou para Fidalgo e os tubarões se encontraram frente a frente com as enguias assassinas. Fidalgo fez um gesto para que Néfutar e Flopi continuassem nadando e saíssem do lugar, e eles o fizeram. Os tubarões enfrentaram as enguias numa batalha incrível. Felizmente, as enguias, derrotadas, voltaram para a caverna.

Néfutar e Flopi conseguiram chegar ao palácio, sãos e salvos e, pediram uma audiência imediata com o Rei Tritão, que os recebeu em forma imediata.

O Rei, ao ver a coroa que lhe entregara Flopi, percebeu que se tratava realmente de um tesouro sem igual e, o guardou até o momento adequado para apresenta-lo aos súditos do Reino do Mar Azul.

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