Agosto chegou ao final, e os
ventos que vieram com ele passaram, mas deixaram sequelas. Rastos de
intolerância, de desamor, de conflitos políticos e sociais, de fortes
desavenças entre os brasileiros, de cansaço, de tédio ou simplesmente
melancolia.
Certamente, a situação econômica
do país não é nada boa, a situação política, pior. Os ventos de agosto deixaram
no ar o grito de insatisfação de muitos cidadãos que, ainda com um pouco de
hálito de esperança, saíram às ruas para protestar. Também os ventos de agosto
deixaram sequelas de destruição na Síria e na Turquia, no Iraque e, em muitos
países africanos, obrigando a milhares de homens, mulheres e crianças, buscarem
refúgio na Europa. É a maior crise de refugiados desde a Segunda Grande Guerra,
e isso foi há 70 anos, e ainda estamos na mesma situação. Certamente é uma
situação gravíssima de humanidade que não só a Europa tem responsabilidade, mas
o mundo todo. Não se criaram condições para que essas pessoas ficassem nos seus
países, são vítimas de guerra e de fome, de intolerância e de preconceito.
Como, num século como o nosso ainda podemos ver situações como essas. É
simplesmente vergonhoso!
Lembro de uma expressão latina
que diz HORRESCO REFERUM, ou seja
“fico horrorizado ao me referir a isso”. Eu sinto um terrível “Horresco Referum”
quando vejo as notícias dos refugiados tentando entrar na Europa. Simplesmente
lamentável.
Como também é lamentável a
ausência do Estado para dar moradia decente às pessoas sem teto. Não, não
pensarão que passei para a esquerda tradicional ao me preocupar com estes
assuntos. Não. É simplesmente uma questão de humanidade. Sem humanidade não
conseguiremos nem salvar nem sequer a natureza, quanto mais a nós mesmos.
Os ventos de agosto passaram,
deixaram sequelas mas não deixarão saudades!
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