segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O SONHO DE PERSEU

Um Aston Martin de cor preto com placa de Londres dirigia-se veloz pela rodovia A309 em direção a Cornualha procedente de Londres. Alberto tinha saído de Londres bem cedo essa manhã. Olhou o relógio e percebeu que eram nove da manhã quando atravessou as verdes colinas de Devon. Passou por Okehampton. Era uma luminosa manhã de agosto. Tudo era novo já que nunca antes estivera por esses lugares. Ventava muito. Cruzou rapidamente a zona rural e contemplou as árvores frutíferas e os velhos olmos.
No princípio não tinha lhe agradado muito a idéia de vir só. Preferia ter vindo com Joe Johnson, o arquiteto, na quarta feira, mas o Sr. Crombie tinha muita pressa para começar a construção da Galeria de Arte em Penzance; para tanto ele, como engenheiro chefe da Johnson&Brother’s Co., devia ver in situ o terreno e indicar os detalhes necessários ao cliente.

- Não vá viajar sem tomar o café da manhã – lhe havia dito Laura essa manhã na cozinha, preparando café, bacon, ovos e suco de frutas.
Alberto tinha se levantado às cinco e meia da manhã. Morava com a sua irmã Laura, o marido dela e o pequeno sobrinho numa casa na Pelham Street, em South Kensington.
A casa, outrora muito grande, fora dividida em duas, num conjugado de apartamentos idênticos com entrada independente. Ao comprar o imóvel, o marido de Laura abrira a parede e fizera um pequeno corredor e um hall que comunicava as duas partes. Alberto ficara com um apartamento e a irmã com o outro. A parte da residência de Alberto estava formada por uma sala de tamanho convencional, dois dormitórios, um banheiro grande e uma pequena cozinha que ele quase nunca usava já que fazia as refeições com a família de sua irmã. O apartamento de Laura tinha uma sala um pouco mais ampla, três dormitórios, dois banheiros, uma pequena cozinha e uma copa. Na parte posterior estava a área de serviço e a lavanderia.
A casa tinha sido reformada e ficado bem aconchegante e confortável. Na sala, Laura tinha decorado com tons pastéis muito leves e alegres. Toda a casa estava impregnada com sofisticação e o talento decorativo de sua proprietária.
Alberto vestiu-se rapidamente e sentou-se para tomar o café.

TEXTO EXTRAIDO DE "O SONHO DE PERSEU" (CAPITULO VI "ALBERTO")

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