terça-feira, 29 de outubro de 2013
ALMA, A FILHA DO DESTINO CAP. II PARTE III
Fazia muito calor nessa tarde de verão quando Alma, uma rapariga bonita e bem disposta, de apenas quinze anos, debruçava-se nas águas do Moxotó com um prazer de dar inveja a qualquer ser humano. Ela, como sempre, concentrada no seu único e individual prazer de se banhar nas águas mornas do rio, não percebera que estava sendo observada a prudente distancia.
Augusto Tristão tinha resolvido aproveitar a folga do sábado para dar um passeio pelas redondezas da cidade e foi parar na beira do rio. Já estava a alguns meses exercendo a medicina em Inajá e ficara conhecido em toda a região em pouco tempo. Era um medico exemplar e atendia os pacientes muito bem. A miraculosa recuperação do velho Malta era atribuída a ele, e sentiu-se muito a gosto morando naquela região.
Então o destino o levou às ribeiras do Moxotó nessa tarde quente de sábado e viu a neta do seu Malta banhando-se como se fosse uma sereia encantada, saída de um livro de fadas.
No começo, observou a moça com interesse e satisfação desde a trilha que levava ao rio. Como Alma não percebera a presença do médico, ele parecia estar absorvido por aquela visão. Sim, pensou, essa menina não é só bela, tem algo que gostaria de descobrir, ela parece ser uma menina especial. A imagem daquela rapariga, sereia, fada, ou simplesmente uma menina do sertão bela e atraente, o deixou no ar. Guto compreendeu que estava inevitavelmente atraído por Alma.
O encanto do momento foi quebrado pela aparição de um velho índio que dirigiu-se à moça. Eles se conheciam, pensou Augusto. A moça saiu da água e conversava com o velho de forma intimista. Ela sorria e o estranho personagem parecia dar umas instruções que a menina parecia aceitar com interesse. Pouco tempo depois, o bruxo desapareceu pela trilha oposta do rio, e nesse momento, Alma percebeu sua presença. Ficou um tanto assustada. Augusto levantou a mão como cumprimento e, ela acenou com a cabeça.
Depois nadou até a outra beira do rio onde se encontrava o jovem médico.
- Olá, como vai o doutor?
- Olá Alma, estava passeando e vi você nadando.
- Sim, venho sempre aqui – disse a moça mostrando o belo sorriso – quer nadar um pouco?
- Não, não – disse Augusto sorrindo também - ,não trouxe as roupas adequadas, mas se quiser, posso te acompanhar um pouco?
- Claro.... – disse a moça sentando num pequeno tronco a beira do rio – Como está o meu avô?
- Muito bem. Ele é forte, vai se curar logo, logo.
- Graças ao doutor..
- Não, nada disso. Me chame de Augusto.
- Augusto,..... – disse a moça olhando para o horizonte além do rio – bonito nome.
- O seu nome que é bonito: Alma....combina com você...
Alma olhou bem nos olhos dele. Por um momento, observou a profundeza da alma de Guto. Aquilo a assustou e levantou-se rapidamente.
- Devo ir agora Doutor...
- Augusto..
- Augusto, nos vemos por ai...
- Mas, não pode ficar mais?
- Devo ajudar a minha mãe na casa...desculpe...tchau...
- Tchau – disse Augusto algo decepcionado.
Assim acontecera este encontro, o segundo entre os dois, mas talvez o mais importante. Quando Augusto viu a moça correr pela trilha que a levava para casa, sentiu o seu coração se encher de alegria. Estava apaixonado.
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