domingo, 13 de outubro de 2013
ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAP.II PARTE 2)
O doutor Augusto Tristão filho chegou à Inajá numa noite de quinta-feira. Era pleno verão e o calor era insuportável. Hospedou-se no pequeno - e único – hotel da cidade: “Hotel Espírito Santo” e logo percebeu que, tanto no hotel como em qualquer outro estabelecimento de Inajá, o conforto era mínimo. Mas, pensou, ele estava ali para atender, curar e salvar pessoas, portanto, tomou banho e deitou-se exausto.
Na manhã seguinte, sexta feira, acordou bem cedo. Tomou café da manhã no pequeno restaurante do hotel e foi até a prefeitura.
Caminhou pela rua principal da cidade e observou que as casas eram simples, bem estilo sertão nordestino, algumas com corredor exterior, outras com largas calçadas. Viu uma pequena farmácia, uma pequena sorveteria, uma pequena igreja. Tudo era pequeno. E, na esquina da rua que levava à prefeitura, viu uma velha e grande casa em cuja parede estava escrito:: “Posto Malta”. Lembrou-se do velho Malta, seu paciente, e na volta passaria para cumprimenta-lo.
Na Prefeitura, ele se apresentou a Damásio Bezerra, o prefeito. A autoridade o recebeu imediatamente no seu escritório pequeno e desajeitado, com um sorriso um tanto forçado.
- Doutor Tristão, seja bem vindo. É um prazer recebê-lo em Inajá – disse indicando a cadeira para sentar-se.
- O prazer é todo meu senhor Prefeito.
- Esta bem instalado no hotel?
- Sim, senhor, obrigado.
Augusto Tristão gostava de analisar e descrever pessoas. A que estava diante dele era um homem de meia idade, calvo, alto, mais alto que ele, com bigodes e cabelos grisalhos. Devia ter uns cinquenta e cinco anos, mais ou menos, e tinha olhos escuros que lhe davam uma seriedade e austeridade notória. Raras vezes sorria, e quando o fazia parecia ser um sorriso controlado e bem dirigido. Não era espontâneo, olhava fixamente o interlocutor antes de falar, e dava a impressão que tudo o que falava era bem pensado. Isso era um traço de inteligência, mas também podemos concordar que era um traço um tanto maniqueísta. Bem, algo típico das pessoas que detinham o poder, em qualquer circunstancia.
- Vou leva-lo ao hospital. As instalações não são lá essas coisas, mas prometo por tudo em ordem para o senhor.
- Soube que meu antecessor faleceu há dois anos.
- Sim, uma pena. O doutor Cunha foi o nosso eterno médico Foi difícil conseguir um substituto. Mas aqui esta o senhor, e espero que e acostume a Inajá.
- Vou me acostumar sim, senhor.
- Ótimo. Então vamos.
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Oi Agustín, é o Bruno....lembrei de vc hoje...momento nostalgico, rs. como s sempre seus textos bem escritos....mande notícias....afinal vc foi uma pagina mto bacana da minha vida. abços
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