domingo, 13 de outubro de 2013
O HOMEM QUE RI: Uma versão light de Victor Hugo
Lembro-me muito bem quando o li. Tinha quatorze anos, e fiquei fascinado pela obra do genial escritor francés. Já tinha lido “Os Miseráveis”,no ano anterior, mas “ O Homem que Ri” me deixou impressionado por muitos motivos.
Victor Hugo é na minha opinião, o escritor que mais soube escrever e descrever a desgraça humana, o destino dos menos favorecidos, a essência dos pobres, nisso, talvez se pareça um pouco com Dostoievsky mas sem a sua alma lúgubre e um tanto sombria.
Nesta obra, Hugo descreve a historia de um menino desfigurado, deformado e com um destino triste e terrível. Mas a vida o leva até a alta aristocracia inglesa do século XVII e ali ele encontra a redenção.
Agora, Jean Pierre Améris, diretor francés, nos apresenta uma nova versão cinematográfica de O HOMEM QUE RI, uma versão mais suave do livro de Hugo. Améris buscou o frescor contemporâneo ao contar pela terceira vez no cinema a historia triste do garoto de rosto deformado que faz com que pareça estar sempre sorrindo. O filme de Améris busca um desenho visual contemporâneo para essa historia escrita no século 19 e ambientada no 18. A atmosfera opressiva sugerida por Victor Hugo nesse extraordinário romance barroco é atenuada. As cores sugerem uma atmosfera de Tim Burton, mas, muitas vezes, esse visual se aproxima do kitsch.
Se vou descrever a minha opinião sobre este filme, talvez seja a de ser um filme leve, muito leve para uma historia pesada como o chumbo. Ao invés de nos levar ao sofrimento, prefere ser ligeira e remediável. Isso não torna o filme de Améris ruim, simplesmente o deixa menor do que poderia ser.
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