terça-feira, 20 de outubro de 2015

ATO GRATUITO PARTE XI

Também o Ato Gratuito se dá na solidão espiritual. Os monges trapenses por exemplo, vivem isolados em oração e fazendo voto de silêncio. Outros estão nas montanhas, nos vales, onde trabalham e oram pelo mundo e seus tentáculos.
Uma vida asceta e isolada por motivos espirituais é muito mais difícil que qualquer problema do mundo. A solidão por si só requer muita coragem e o Ato Gratuito é revestido de coragem.
Na espiritualidade e nos exercícios espirituais adquire-se uma fé sólida, sem a qual seria difícil o desenvolvimento do espirito. A fé também requer muita paciência, sabedoria e muita esperança para que ela fique sólida e que transforme tudo ao redor. O Ato Gratuito, por meio da fé, é um conjunto de atitudes e comportamento humano que leva o homem a ter humildade, serenidade, paciência, esperança, caridade e coragem para seguir aquilo que ele acredita e que sente que é verdadeiro para sua alma. Isso transforma tudo ao seu redor e para aqueles que tem o privilégio de compartilhar a vida com esse homem de fé. O Ato Gratuito é quase imperceptível mas é cheio de estado de graça, aquele estado efêmero que só se consegue com um milagre de vida.
Há um lindo poema de um desses homens que, mediante sua fé, escolheu uma vida reclusa e cheia de coragem, refiro-me à Frei Luis de León, espanhol que publicou um livro de poesias  e metafisicas no século XVI.
Na sua obra ODA À VIDA RETIRADA, ele escreveu:

“Oh, que vida mais descansada
Tem aquele que foge do ruído do mundo
E segue a escondida trilha por onde foram
Os poucos sábios que no mundo haviam sido”
Viver, quero comigo
Gozar quero do bem que devo ao céu
A sós, sem testemunhas,
Livre de amor, de ciúmes,
De ódio, de esperanças, de receios”


Um exemplo bem acabado de um Ato Gratuito que pretende se despojar das preocupações, do ruído, das tristezas do mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário