segunda-feira, 13 de abril de 2015

ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAPÍTULO VII PARTE VI)

Paul apareceu pontualmente na casa dos Dupont aquela noite gélida de outono. Não chovia, mas ventava muito e a sensação de friagem era demais. O jovem chegou com seu chapéu e sobretudo azul que combinava com seus olhos. O jantar estava quase  pronto. Gerard surpreendeu-se com Claire porque ela fez questão de preparar tudo com a ajuda de Joan. Margarete tinha ido a Seine-Port no dia anterior e Claire estava concentrada na loja. Mas nesse dia, Joan e ela saíram às compras e como a amiga cozinhava muito bem, Claire não teve dúvidas de pedir ajuda.
Paul e Gerard estavam tomando vinho quando Claire apareceu de avental vindo da cozinha.
- Olá Paul
- Olá Claire, então você é a cozinheira de novo?- disse sorrindo
- Mais ou menos, tive a ajuda da minha amiga Joan. Ela está batalhando com o forno. Mas fique a vontade, já volto.
- Obrigado.
Naquela noite, Paul se mostrou tão agradável ela que, quando ele foi embora, Joan não teve dúvidas de que o rapaz estava apaixonado pela Claire, mas ela não mencionou nada à amiga. Preferiu guardar suas intuições para si.
A vida tem seus mistérios e passamos a metade da nossa existência sem sequer tentar entende-los. Tudo o que Claire havia passado parecia estar no esquecimento. A moça estudava e trabalhava, aparentemente com normalidade. O nome de Henri Brigny continuava não sendo mencionado, Paul Du Clermont era um grande amigo que sempre mandava cartas, e assim, a vida de Claire Dupont adquiriu um tom mais tranquilo.
Margarete voltou de Seine-Port após quatro dias e percebeu que a loja fora muito bem administrada por Claire e Joan. Ela estava pensando em aumentar o salário de meio período que elas ganhavam. Joan ficou satisfeita, Claire agradeceu, mas para ela tudo isso era indiferente.
Numa tarde escura de quase inverno, quando a cidade já se preparava com as luzes natalinas, Claire conseguiu uma mistura de essências e assim, produziu o seu primeiro perfume. Margarete ficou encantada, Joan exultante, quando chegou o perito em essências para dar o seu parecer. Ele disse à Margarete que nunca tinha visto um perfume tão suave e tão atraente ao mesmo tempo. Claire ouviu satisfeita o seu parecer.
- Mademoiselle, sua criação é excepcional. Seu aroma é suave como uma tarde quente de verão e ao mesmo tempo, forte como o vento, como as aguas de um rio perigoso e tentador. Temos que escolher um nome para ele.
- “L’Essence d’Assise” – disse Claire sem pestanejar para surpresa de Margarete e de Joan.
- Muito bem, então registraremos seu novo perfume. A Perfumaria Brigny acaba de lançar sua primeira fragrância. Parabéns.
Pela primeira vez, Claire conseguiu sorrir. O seu primeiro perfume era dedicado a Saint Assise onde ela foi feliz com Henri.
O natal se aproximava e Claire percebeu que tinha que dar mais atenção ao pai que estava com uma gripe terrível devido aos ventos gelados. Apesar de ainda não ter cinquenta anos, Gerard Dupont trabalhava muito e nunca se cuidava na saúde. Três dias atrás voltava da faculdade quando pegou uma chuva gelada, e claro, tudo isso contribuiu para um forte resfriado que se transformou em gripe. Nesses dias, Claire cuidou do pai, não foi trabalhar na loja e também tinha que estudar para as provas que estavam começando. O mês de dezembro foi o primeiro mês realmente gélido que Claire tinha passado em Paris.
Foi então que, num desses dias frios de dezembro, chegou uma carta de Clermont. Jean e Paul convidavam pai e filha para passar o natal em Royat.
- O que você acha minha filha?
- Não sei, eu estava pensando em passar o natal aqui com Margarete. Você sabe que será o primeiro natal após tudo o que aconteceu e não gostaria de deixa-la sozinha. Ela é forte e tem dado provas de que está superando sua dor, mas nos dois sabemos que isso só pode ser fachada.
- Tem razão minha filha. Margarete precisa de nós, além do mais não gosto de me ausentar de casa nesta época. Tenho ainda muitas provas que corrigir e não universidade temos muitos eventos, mas podemos fazer assim. Que tal se aceitamos o convite para o final do ano?
- Boa ideia. Pra mim, final de ano não significa muita coisa, mas como você disse, Royat é sempre uma boa ideia.
- Escreverei para Jean, hoje mesmo.
Após o jantar, observou a filha estudando, ensimesmada nos livros, e se perguntou se alguma vez ela não pensava na sua vida passada no Brasil. Mas era evidente que ele tinha feito um bom trabalho, pois, ao parecer, Claire tinha esquecido da sua trágica vida e de sua família na longínqua Inajá.


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ATO GRATUITO (PARTE VII)

A humildade é uma condição essencial onde se dá o Ato Gratuito. A humildade é o fundamento de todas as virtudes. O Ato Gratuito é uma manifestação da vontade e da humildade porque, nos momentos em que o realizamos, estamos nos desprendendo de toda soberba pois o único que importa é fazer algo pelo outro. Com humildade, que é própria desse ato, sabemos amar, rejeitamos o egoísmo que é oposto a qualquer conceito de ajudar o próximo. A pessoa egoísta faz de si a medida de todas as coisas, até chegar ao desprezo por tudo que não é dela.  O egoísmo e a soberba são feitas da mesma moeda. O soberbo tende a se apoiar exclusivamente nas suas próprias forças e nos próprios desejos, esquecendo-se de ajudar o outro. A soberba é portanto, a grande inimiga da amizade, da alegria e da verdadeira fortaleza.
O egoísta não sabe amar, e o Ato Gratuito é um ato de amor. O egoísta só procura receber mais do que dá, não sabe ser generoso nem agradecido e sempre espera receber recompensa por tudo o que faz, no fundo uma pessoa egoísta despreza os outros. A soberba é a raiz do egoísmo, e o egoísmo é a primeira manifestação da soberba. O egoísta olha tudo o que pode lhe proporcionar algum benefício, e o soberbo tem a falsa valoração das qualidades próprias e o desejo desordenado de gloria ou fama.
O Ato Gratuito nos dá uma graça especial para viver vigiando, combatendo a soberba e suas várias manifestações como: vaidade, desprezo pelos outros, a falta de agradecimento, já que o egoísta ou soberbo só fala de si e de suas coisas porque no fundo, é o único que lhe interessa.

No Ato Gratuito, não caímos nesse estado porque o que mais a vontade humana quer, é fazer algo pelos outros, ajudar os outros, fazer os outros felizes.

O AMIGO DE TERMÓPILAS (CONTO)

O AMIGO DE TERMÓPILAS

(CONTO)

Um homem calvo de cinquenta e poucos anos, caminhava cabisbaixo pela longa rua que seguia até o Colégio onde era professor de História. Sua vida estava tecido de experiências tristes, de perdas irreparáveis e de uma sensação de vazio. A solidão pode ser um bálsamo e uma gota amarga de decepção na vida, de acorde com sua origem, sua causa e seu desenvolvimento. Ela é fruto de experiências e de genética. Pela experiência de vida, a solidão se cristaliza em atitudes tristes; pelas regras da genética, ela está dentro do sangue da pessoa solitária e aumenta com a passagem dos anos.
O Professor Homero de Farias, tinha nome do grande historiador grego, chamado o Pai da História Ocidental, e fazendo “jus” ao nome do famoso autor de “A Ilíada e da Odisseia”, o professor Homero era um silencioso apreciador de História antiga e de História brasileira. Dava aulas num famoso Colégio religioso da cidade de Vassouras, no interior Fluminense e morava na mesma rua do colégio, a Rua dos Inconfidentes, nro.16.
Sua vida particular era um mistério para todos, mas para ele próprio, sua vida estava entrelaçada por uma tragédia familiar que viveu no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu há mais de meio século. Solteiro por dolorosa experiência, sozinho por dolorosa convicção, nosso amigo professor era um solitário por natureza. Duas vezes por semana, dona Elvira, uma senhora de meia idade, ia até sua casa ajuda-lo nos afazeres domésticos como limpeza, lavagem de roupa, de louça e regava as plantas do pequeno jardim.

O Professor Homero mudou-se para Vassouras logo após a morte da mãe, de uma dolorosa batalha contra o câncer, há cinco anos atrás. Ele cuidava da mãe viúva há mais de trinta anos. Seu pai era um funcionário dos Correios do Estado do Rio de Janeiro e fora atropelado por um ônibus ao sair do trabalho numa terrível tarde chuvosa de verão. Seu único irmão mais novo, fora morto num assalto estúpido na orla de Copacabana enquanto trabalhava como motorista de taxi nos anos noventa. Em fim, uma vida tecida de tragédia e tristeza. Para coroar a cruz de Homero, sua noiva, Amelinha Fortes, bela e escultural professora de Artes do Colégio Pedro II, sucumbiu em menos de um ano a uma leucemia galopante que deixou o nosso personagem a beira da loucura. A doença da mãe lhe deu motivos para viver após a perda do irmão e da noiva, mas depois que dona Genoveva de Farias faleceu, ele não quis ficar um minuto a mais no Rio. Então, lhe ofereceram um cargo de professor em Vassouras e para lá mudou-se com uma pequena mala após vender tudo o que lhe recordasse o passado.

domingo, 5 de abril de 2015

MENSAJE DE PASCUAS 2015



"En verdad ha recucitado el Señor, aleluya. A Él la gloria y el poder por toda la eternidad"

La resurrección gloriosa del Señor es la clave para interpretar toda su vida y el fundamento de nuestra fe. Os deseo, de todo corazón, que la luz de Cristo resucitado ilumine vuestras vidas y la de vuestras familias para que podáis alcanzar el GAUDIUM CUM PACE (La alagría con paz).

FELICES PASCUAS DE RESURRECCIÓN!

MI CRUCIFIJO VACÍO

Pensé que te había perdido
en medio del tumulto de mis cosas
Cosas de rutina,
cosas misteriosas.
Pero al encontrarte, me sorprendí
de tu belleza, de tu hermosura,
de cuanto me habías acompañado
en este largo peregrinaje de mi vida.
Y aquí estás, en mis temblorosas manos
Dulce crucifijo vacío
Perdido en el algún rincón de mi memoria
o de mi corazón frío.
Crucifijo vacío,
Inerte , silencioso
Solitario y sereno
y lleno de amor pleno.
Ya no estarás vacío
pues te llenaré con mi corazón,
con mi caridad y dolor
que te ofreceré por siempre

Oh Cristo mío!

TIEMPO PENITENCIAL


Oh, corazón desgarrado
por la oscuridad del dolor
y del pecado!.
Por qué tiemblan mis manos,
y secan mis ojos de angustia,
al estar lejos de ti, mi Dios?
Oh cuántas vanas esperanzas
he hallado lejos de ti!
Heme aquí, Señor, en medio
de las tinieblas de mis noches,
de mi trajín diario,
de mi personal calvario
Tiempo de penitencia,
Luz del espirito
Fuego de amor hermoso
Esperanza de los justos!
En espera de la redención
Mi alma por ti clama y anhela
Sueña el sueño de la eternidad
Y busca amparo en tu bondad.
El tiempo pascual se avecina
Con su luz salvífica y divina
Mi corazón se yergue ansioso
Para encontrar en tu misericordia,
el eterno reposo.
Oh Luz de salvación
Ven a mi alma y despójala,
de todas las limitaciones impuras
Suaviza con tu bondad mi ansiedad
y nutre mi alma con tu amor, tu luz,

 y tu divina caridad.

ABRIL


MEDITACIÓN Y RENACIMIENTO

Abril de tardes otoñales
Abril de alfombras de hojas secas
Abril de largas horas,
de meditación y espera.
Abril de alegrías
De cánticos y belleza
Es la vida que se reinicia
Entre esperanzas y renacimiento.
Aquí la espera es lenta y suave
Placentera aurora, horas eternas
Allá, la primavera renace
entre colores y quimeras.
Abril de meditación
y renacimiento.
Allá, alegrías y bonanzas
Y en ambos presencia pascual,
de resurrección,
del Dios de la luz.
Abril
Renovación,
esperanzas,
alegrías

y resurrección.