domingo, 12 de fevereiro de 2012

RELEMBRANDO A SEMANA DA ARTE MODERNA DE 1922


1922-2012. Nesta semana relembramos os 90 anos daquela que foi, historicamente falando, um ponto decisivo na Arte Brasileira: A semana de 22 em São Paulo, no Teatro Municipal.
Ao adentrar no histórico e recém reformado Teatro Municipal, que no ano passado fez cem anos de existência, vemos duas pinturas de Anita Malfatti. Mais adiante, e perto das escadas de mármore, as obras de Di Cavalcanti. Nas escadas, um busto de Brecheret, famoso escultor, que posteriormente fez as esculturas do “Empurra-Empurra” do Parque do Ibirapuera. Se fecharmos os olhos e aguçamos o ouvido, podemos ouvir as sinfonias de Villa Lobos, na platéia, podemos ouvir o discurso do poeta e escritor Mario de Andrade. Estamos relembrando os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922.
Dizem que a semana de 22 foi para arte nacional uma espécie de “ajuste de relógio”. Antes dessa semana, a arte brasileira era praticamente seguidora dos princípios estéticos da academia européia e da poesia parnasiana. Com este evento, que fora eclipsado pelo centenário da Independência, a elite paulistana patrocinou, aplaudiu e vaiou os seus protagonistas, como Mario de Andrade e Oswald de Andrade, deglutindo a vanguarda que parece ter nascido com incontrolável apetite autofágico.
Mario de Andrade e Oswald de Andrade foram às figuras preeminentes dessa época, junto com o pintor Di Cavalcanti. A eles se uniram Monteiro Lobato, Brecheret, o compositor Villa Lobos, Anita Malfatti e outros que apresentaram um novo panorama da arte nacional: O Modernismo.
Para muitos, a Semana de Arte de 22 não teve repercussão internacional, mas aqui no Brasil foi considerado como ponta de lança de uma nova reorganização estrutural no conceito da arte como arte.
Pouco depois, uniu-se ao grupo, a pintora Tarsila do Amaral e, anos depois, com o “Manifesto Antropofágico” de Oswald de Andrade, o movimento decolou para a modernidade.
Este movimento tinha a intenção de “comer” a cultura européia, “degluti-la” e transformá-la em uma nova espécie de “brasilidade”. Talvez a obra de Mario de Andrade, “Macunaíma” seja a expoente mais importante deste período.
São Paulo, em 1922, era a capital provinciana de um estado que já estava construindo sua característica cosmopolita. Este evento artístico, que hoje completa 90 anos, foi, certamente a ponta do iceberg de todas as manifestações, correntes e, tendências artísticas que fariam da capital paulista um verdadeiro pólo artístico e cultural do país e do mundo.

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