sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

SÃO PAULO OU O ABRAÇO DE UMA CIDADE


Existe um espaço na minha cidade onde posso ser realmente livre e poder desfrutar da vida e do vento, do sol e da chuva. Existe um canto especial que considero ser como o abraço amoroso de uma mãe. Esse canto é o Parque da Cantareira. Desde esse espaço verde e quase virgem, posso observar, através do verde da mata e do silencio do ar, a cidade que se estende sobre a planície paulistana. Posso respirar ar puro e ouvir o canto dos pássaros, posso mergulhar na solidão da minha alma e compreender o porque do meu grande amor por Sampa. A cidade, a grande cidade. Ela me aconchega e me enche de luz. Ela é a minha cidade, o meu amor. E é nela que me envolvo de emoção, é nela onde vivo as intensas emoções dia após dia. Ela, a cidade me protege e me assusta, me acalenta e derrama sobre mim as feridas exauridas do seu sangue, mas ela é também a grande mãe que oferece o seu eterno amor”

Muitos dirão que esta cidade é louca e cheia de problemas, que não nos protege, mas nos ameaça, que é fria e calculadora, que é inconstante e cheia de perigo a espreita. Muitos falam, falam, falam.....mas, como deixar esta cidade e ir para outra? Como esquecer os seus mil recantos, o seu barulho e cacofonia, e ao mesmo tempo o seu silencio e a sua própria melodia?
Existem milhões de motivos pelo qual amo São Paulo. E a cada ano, no seu aniversario aproveito para pensar neles e saborear pouco a pouco todas as emoções e sensações que esta cidade me proporciona.
Nunca me senti ameaçado por ela. Ao contrario, ela me acolheu como acolhe tantos migrantes e imigrantes de todo lugar. Ela é como a mãe amorosa que sempre tem um lugar no seu coração para todos os filhos e estranhos que chegam a ela para buscar abrigo.
Aprendi a ama-la quando comecei a conhecê-la canto por canto, pequenos espaços especiais, lugares impressionantes, paisagens únicas.
Posso caminhar pela querida avenida paulista em todo o seu percurso e sentir a vibração do seu sangue cosmopolita. Posso comparar esta sensação com uma avenida concorrida de Nova York ou uma esquina de Londres.
Posso sonhar na grama do querido parque de Ibirapuera, um dos melhores espaços verdes da cidade. Posso correr pelas suas ruas, sempre enlouquecidas pelo eterno trafego dos seus filhos, ou simplesmente caminhar por um bairro tranquilo e cheio de árvores e canto de pássaros numa manha de domingo. Posso sentar-me num barzinho dos Jardins, fazer um “brunch” em uma grande padaria de qualquer bairro. Posso me impressionar com a arquitetura dos edifícios antigos do seu centro histórico, as velhas calçadas, testemunhas de fatos históricos importantes, os seus monumentos esquecidos, as suas esquinas sonolentas e distantes, mas a qualquer hora cheias de vida. Posso, enfim, observar a cidade desde a Serra da Cantareira tendo como marco o verde esplendor das matas.
A sua grandeza nunca assusta, ela acolhe e acalma o espírito mais inquieto. Eis a minha cidade, magnífica, colossal, sofrida e amada. A grande, a maior, a sempre única e querida Sampa do meu coração.

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