domingo, 7 de fevereiro de 2016

ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAPITULO VIII PARTE V)

O convite que Tita Tristão recebeu do Ministério da Cultura para representar o Brasil numa exposição de novos talentos da pintura latino-americana na França, deixou a moça feliz e angustiada ao mesmo tempo. Tudo parecia acontecer demasiado rápido. Ela estava em pleno preparativo para o seu casamento, quando tinha que ter tempo para avaliar os quadros que seriam enviados à Paris. De qualquer forma, estava acostumada a trabalhar sob pressão e conseguiu terminar todo o trabalho da exposição cinco dias antes do casamento. Então, agora só precisava se concentrar nos últimos detalhes. Ajudada pela prima Mariana e por outros amigos, Tita conseguiu terminar tudo a tempo, mas estava exausta.
Na noite anterior ao seu casamento, o pai entrou no seu quarto e lhe deu de presente um colar que pertenceu a sua mãe.
- Minha querida – disse Seu Augusto emocionado- isto é pra você, nada melhor do que usar uma prenda que pertenceu à sua mãe. Ela queria que você usasse no seu casamento. Com certeza, ela está vendo tudo isto com muita alegria.
- Oh, papai, obrigada. É linda. Sempre gostei deste colar de pérolas da mamãe.- Beijou o pai com carinho e não resistiu derramar umas lágrimas.
- Eu só quero que você seja feliz minha filha. Luiz Eduardo cuidará bem de você, e quando eu me for..
- Para papai, por favor, o senhor vai viver muito, vai ver os seus netos....
- Se isso acontecer, serei mais abençoado do que mereço – disse beijando a filha na testa.
No dia seguinte, dia do casamento, o sol iluminou Recife com muita luminosidade e intensidade. Não fazia muito calor, mas o sol era forte. As celebrações do casamento se realizaram de dia.
Às 11hs da manhã, Tita chegou à Igreja de Nossa Senhora Imaculada Conceição, no bairro de Boa Vista para se casar com Luiz Eduardo, que já a estava esperando. A noiva estava resplandecente, o noivo elegante e feliz. Todo o staff policial do Estado estava presente, oficiais, superintendentes, chefes de polícia e suas esposas, amigos e familiares.
A cerimônia foi curta mas muito bonita e emotiva. Tita pensou no irmão e o quão feliz ele estaria vendo-a tão radiante neste dia memorável, e não conseguiu evitar umas lágrimas.
Logo depois da benção e a assinatura dos livros, o casal ficou legalmente unido perante Deus e a sociedade.
A festa foi celebrada no Clube dos Oficiais Policias do Recife, bem perto da praia de Boa Viagem. Tinha muita gente cumprimentando os noivos. Tita estava feliz.
A festa continuou sem nenhum inconveniente, com exceção de um desmaio de uma convidada, e uma criança que tinha se machucado ao brincar com outra.
Depois teve a dança da Valsa dos noivos, as fotografias e o bolo. Nesse momento, Mariana apareceu com um homem moreno e alto do lado.
- Prima querida, olha só quem conseguiu chegar só agora, mas chegou, o Gerônimo. Ele veio do Rio exclusivamente para o seu casamento.
Tita observou aquele jovem sorridente mas de olhar estranho se aproximar deles.
- Meus parabéns, que vocês sejam felizes.
- Obrigado – disse Dudu cumprimentando o convidado.
- Obrigada, por favor, aproveitem a festa – disse Tita à Mariana.
Tita viu a prima ir correndo para a pista de dança com o namorado. Sentia uma inquietude que não sabia explicar por que.
- Você está bem? – perguntou Dudu ao ver que a noiva estava pensativa.
- Sim, querido. Mas, o namorado de Marianinha me pareceu muito estranho.
- O olhar, tinha um olhar estranho
- Exatamente. O olhar. Não gostei nada. Bem, imagina se eu digo isso a minha prima. Ela me mata – disse sorrindo. – bem, vamos nos preparar para a viagem já.

- Sim meu amor. Vamos para a nossa lua de mel.

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