O primeiro treino do mês de Setembro não poderia ser mais
diferente. Quando acordei as seis da manhã, vi que tinha uma névoa tão densa
que dava medo. Apesar de ser setembro, um mês de alegrias e primavera, a névoa
indicava que ainda era inverno.
Porém, apesar da natureza, fui até a USP de bicicleta. Aproveitei
e peguei a ciclovia da marginal Pinheiros para fugir do trânsito da cidade. O
rio Pinheiro oferecia uma triste imagem de sujeira. Vi umas garças magrinhas
que tentavam sobrevoar as escuras águas. Do outro lado da ciclovia, as estações
do trem da CPTM estavam cheias de passageiros esperando para se deslocar a
outros lugares.
A névoa continuava quando cheguei a USP. Foram 12 quilômetros
de pedalada. Me juntei ao meu grupo de corrida e pouco mais das oito da manhã
comecei o meu treino de 21 quilômetros, ou seja, uma meia maratona básica.
Nos primeiros minutos, o milagre aconteceu. O sol apareceu e
a névoa dissipou-se, como por encanto. Mas não era encanto, era setembro, o mês
de alegrias, de cor, de primavera e, de estímulos para a minha vida.
Subir e descer duas vezes a Biologia e, passar pelos mil
cantos da USP foi uma tarefa muito árdua. Mas o fiz com tenacidade e com a convicção
de que tinha que fazer tudo direitinho. Levou-me pouco mais de duas horas. As
dez da manha o calor já era considerável, mas acabei ás 10.20 e, depois de
fazer um pouco de vida social com o grupo de corrida e com os professores,
peguei a bike e voltei para casa.
Fazia um bom tempo que não ia pra USP, acho que um mês, e é
sempre maravilhoso correr por lá, no meio dos cantos bucólicos e desérticos, no
meio da mata, respirando ar puro e observando aquela paisagem que é única. O
campus da USP oferece todo tipo de paisagem, de vegetação, de cantos para
correr, para pensar, para sonhar. Tudo isso que é tão afim a minha própria existência.
Depois de enfrentar o trânsito, já pesado, de quase meio dia
de sábado de setembro, cheguei a casa são e salvo ás 12.30hs. A missão foi
cumprida. Um treino de sucesso. E a vida que segue.
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