domingo, 9 de setembro de 2012

ESCREVER (II)


Em algum lugar escrevi sobre “o escrever”e, em algum lugar da minha memória estava escrito, nas linhas do pensamento que, escrever era uma hemorragia emocional e quase uma loucura.

Escrever também pode ser um bálsamo que me libera da ansiedade, da agonia, daquela sensação que as vezes a vida nos da de ser, totalmente impotente ao sofrimento da vida mesma, de sentir as vezes  o “não sentir nada”, de estar a vezes navegando no marasmo da solidão e do vazio.

Escrever também é um retorcer da alma, é um jorro de emoções contraditórias, é simplesmente entrar num caleidoscópio de múltiplos sentimentos que não sabemos para onde nos leva. Quando escrevo, escrevo só pra mim, para o me outro eu, para tentar explicar, talvez, o que se passa nas profundezas do mar sem fim da minha própria existência.

É certamente uma tarefa solitária. Essa solidão vem só acompanhada da inspiração, as vezes caótica, as vezes mais estruturada, mas no final, é a expressão mais fiel do meu pensamento.

Escrever pode ser uma experiência mágica e algo misteriosa. Como adoro essas duas palavras: magia e mistério. Elas estão sempre nos meus anseios, nas minhas duvidas, nas minhas noites estreladas de silenciosa meditação, no meu cotidiano, no caos do dia a dia.

Nesta tarde bucólica de domingo, lembro-me de uma música que diz “Vou ficar bem de mansinho, para ver se acontece alguma coisa nesta tarde de domingo”. Por enquanto está acontecendo algo que é sempre importante e singular na minha vida: escrever. Escrevo sobre escrever, escrevo sobre o amor, os sentimentos, os meus medos, o meu silêncio e, como sempre, sobre o meu mistério. Há algo de mistério em tudo que escrevo. Nada é o que parece ser...Isso faz com que a vida seja maravilhosa.E é tão impressionante quando percebemos que a vida é complexa, dura, fácil as vezes, feliz e triste, trágica e fantástica. Pretendo escrever sempre sobre a vida, pois dela eu conheço um pouco e pretendo, cada vez mais, conhecer mais e mais, porque só assim alcançarei o momento mais importante do viver: o conhecimento – pelo menos parcial – do meu próprio EU.

Escrevo sobre isso, escrevo sobre tudo. Escrevo para seguir vivendo.

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