Sempre ouvi falar que o amor não tinha limites. Que os
limites do amor não existem e, que os amantes deviam entregar-se sem restrições,
sem leis, sem medo, ao imenso abraço do amor e, ali permanecer até quando a sua
estória continuar.
Mas, hoje estive pensando na construção do amor, da manutenção
de um relacionamento amoroso, do êxito e do fracasso dos amantes. Ouvindo estórias,
opiniões controversas e depoimentos reais do dia-dia, cheguei a conclusão que,
aquela frase clichê de que o amor não impunha limites, não era verdade. Existem
limites sim, e se os amantes conhecem bem esses limites nunca deixaram a relação
esfriar a acabar-se, como vemos tanto ao nosso redor.
Apaixonar-se é fácil. Acontece quando menos esperamos e
quando vem, nos esquecemos de nós mesmos e nos jogamos a essa nova forma de
sentimentos, muitas vezes sem medo. O amor então acontece de forma mais sublime
e inesperada. Então começa o segundo ato do amor, a manutenção do
relacionamento baseado na personalidade, nos desafios, nos sonhos e nos planos
dos amantes.
E ai entra um elemento importante: o ceder!. Ceder um pouco
de nós mesmos em pro desse amor, dessa relação. Os amantes tem que ceder e, ai
entramos no vago e importante espaço do “limite da relação”. Mas esse “ceder” também
tem limites, mas qual é exatamente esse limite?
O ser humano é uma individualidade, uma essência singular e
distinta de qualquer outro. A sua essência é a base de sua própria existência.
E ela que faz com que esse ser humano seja “ELE” e não outra pessoa. O ceder não
pode perturbar o seu espírito, a sua essência. No momento em que o amante cede
a tal ponto que perturba, incomoda, produz sofrimento na sua essência, a tal
ponto que o faz ser outra pessoa, então é o momento de parar. Esse é o limite
do amor.
O amor não pode fazer você perder a sua própria individualidade,
senão não é amor verdadeiro. O amor constrói, muda a sua vida para melhor,
modifica seus pensamentos para melhor, muda as atitudes, os defeitos, faz você
enxergar melhor o outro e os outros semelhantes ao seu redor. Faz você querer
melhorar tudo que te rodeia: amante, família, amigos, país, o mundo!. Nesse
ponto é que o amor abrange uma imensidade de situações e vivencias que trazem
felicidade e bem estar.
O amor tem limites sim, mas esse limite é, justamente que te faz
vive-lo mais intensamente e te dá a capacidade de ser feliz.
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