segunda-feira, 26 de maio de 2014

CORAGEM


O que é a coragem, senão a capacidade de exercer a verdadeira LIBERDADE?

Li ou escutei em algum lugar alguém dizer que tem CORAGEM aquele que vive a vida com a total liberdade de ser o que quer ser, e estar onde quer estar, sem preocupar-se com a opinião dos outros, sem deter-se aos medos do cotidiano e, sem ter medo de ter opinião, de pensar diferente, de sentir diferente.
Vivemos numa época cinzenta onde tudo que parece ser, não é, é o que pensamos que não é, é. Olhamos o mundo com a visão de quem navega pela internet, que se comunica com o melhor aparelho tecnológico e que vê o culto da religião, os valores tradicionais, a família e as relações humanas num limitado contexto de rede social.
Como? Você não tem facebook, nem twitter, nem email?; não tem celular?, não posta fotos pelo Instagran?; nunca ouviu falar em Linkedin?; você não tem carro? Você anda de bicicleta?; você lê poesias e livros clássicos?, e ainda por cima se veste como quer?. Quem é você?: um marciano?. Meu Deus: Você é alternativo!!!
Alternativo, na nossa época quer dizer “diferente”, quer dizer “estranho”, quer dizer “louco de pedra”. Alternativo não é nada disso, é simplesmente o ser humano que tem coragem, que é corajoso. É tudo isso, simplesmente isso.
Acabei de assistir um filme sobre como o acaso, ou o destino, pode nos oferecer escolhas na nossa vida. Um pacato professor, de vida chata e desinteressante, salva a vida de uma moça prestes a cometer suicídio. Sem querer, ele fica com o casaco dela e no bolso tinha um livro. Esse livro leva o personagem para outro país e a descobrir histórias de vida que mudaram a sua própria vida. Através do livro, o professor teve a coragem de ir atrás daquilo que considerou importante.
Quantas vezes cai um “livro” nas nossas mãos e não temos essa coragem de nos deixar transformar por ele. Quantas vezes a vida nos oferece caminhos desconhecidos mas falta a coragem de segui-los.
Quantas vezes acordamos antes do sol e colocamos dentro da mente que hoje teremos a coragem para mudar a nossa vida, mudar aquilo que não gostamos, aquilo que queremos esquecer.
Sim, viver é um ato de coragem; sobreviver, não. Vivemos quando temos a coragem de exercer a nossa liberdade plena de seres humanos. Quando transformamos o que devemos transformar, quando mudamos o que não nos agrada, quando iluminamos nossa vida com a luz da esperança porque a escuridão é demasiado desconfortante. Sobrevivemos quando “deixamos” que a vida nos leve por caminhos que não gostamos, e não temos coragem para dizer “não” quando é preciso.
Isso é sobreviver, isso é “não viver”.

Não é irônico que, no século XXI, século de liberdade que vivemos, nos falte a coragem para ser livres? Cabe a nós, só a nós, ter a coragem de mudar se a mudança é imperativa para sermos nós mesmos. Só assim conseguiremos ser realmente felizes.

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