“Em um século, a humanidade progrediu em tecnologia e em
informática, mas não eliminou a barbárie da sua essência”
No próximo 28 de junho estaremos em plena atmosfera de Copa
do Mundo da FIFA BRASIL 2014. Pouca gente vai rememorar os cem anos do
assassinato do Arquiduque Franz Ferdinand da Áustria-Hungria em Saraievo,
Bosnia. Aquele “regicídio” como fora conhecido o evento, foi o estopim para o
início da Primeira Grande Guerra que por quatro longos anos (1914-1918)
transformou a Europa e o mundo.
A partir da Grande Guerra, a história que é a “MAGISTER
VITAE” (Mestra da vida) nos proporcionou detalhes de como a humanidade
adaptou-se às crises econômicas, a grande depressão, às lutas sociais, a
ascenção do comunismo na União Soviética, a opressão do capitalismo ocidental,
ao ocaso dos grandes impérios e o declínio do outrora poderoso Império
Britânico. A hegemonia europeia diminuía em contraste com a ascenção americana
e soviética. Anos depois, as duas seriam superpotências após a Segunda Guerra
Mundial.
Porque este analise histórico dos últimos cem anos? Porque
percebi, angustiado, que a humanidade progrediu tanto em tecnologia,
alimentação, desenvolvimento industrial, bélico, aéreo, marítimo e terrestre. O
homem e a ciência encurtaram distancias. Chegamos a lua, inventamos o
computador, a Internet, a telefonia móvel e, apesar de todos estes avanços no
mundo, a barbárie e a crueldade estão intrínsecos na nossa essência e não
conseguimos mudar isso.
Somos impotentes ou a crueldade humana é tão forte que é
difícil extirpa-la da nossa vida?
Vivemos em pleno século XXI, e se supõe que doenças como AIDS
e POLIO, deveriam estar exterminadas da face da terra. Se supõe que o
preconceito e a impunidade deveriam ser combatidos com ferocidade para
encontrar uma espécie de paz social. Os conflitos como os da Síria, Ucrânia,
Iraque e Afeganistão demostram uma crueldade medieval que se repete a cada dia
e as manchetes dos jornais diários provocam desespero, desesperança e tristeza
em nossos corações. Civis morrendo na Síria e cristão sendo crucificados por
muçulmanos fanáticos, rapto e estupro de meninas em escolas na Nigéria,
violência nos nossos estádios de futebol, linchamentos nas nossas cidades, e
tantos outros episódios que nos obrigam a reavaliar o futuro de nossa
humanidade.
“Vivemos uma época cinzenta e triste”, dizia a poeta Adélia
Prado recentemente, e concordo com ela. Não precisamos ser brilhantes
intelectuais para perceber que a barbárie não só não diminuiu, mas piorou. Se a
Primeira Guerra Mundial mudou o “estado das coisas” no mundo, quem sabe não
estamos nas vésperas de outra grande mudança.
Só espero que essa mudança venha sem dor, sem
arrependimentos, e sem medo. Essa é a minha prece diária.
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