domingo, 11 de maio de 2014

REFLEXÃO HISTÓRICA DO NOSSO TEMPO



“Em um século, a humanidade progrediu em tecnologia e em informática, mas não eliminou a barbárie da sua essência”
No próximo 28 de junho estaremos em plena atmosfera de Copa do Mundo da FIFA BRASIL 2014. Pouca gente vai rememorar os cem anos do assassinato do Arquiduque Franz Ferdinand da Áustria-Hungria em Saraievo, Bosnia. Aquele “regicídio” como fora conhecido o evento, foi o estopim para o início da Primeira Grande Guerra que por quatro longos anos (1914-1918) transformou a Europa e o mundo.
A partir da Grande Guerra, a história que é a “MAGISTER VITAE” (Mestra da vida) nos proporcionou detalhes de como a humanidade adaptou-se às crises econômicas, a grande depressão, às lutas sociais, a ascenção do comunismo na União Soviética, a opressão do capitalismo ocidental, ao ocaso dos grandes impérios e o declínio do outrora poderoso Império Britânico. A hegemonia europeia diminuía em contraste com a ascenção americana e soviética. Anos depois, as duas seriam superpotências após a Segunda Guerra Mundial.
Porque este analise histórico dos últimos cem anos? Porque percebi, angustiado, que a humanidade progrediu tanto em tecnologia, alimentação, desenvolvimento industrial, bélico, aéreo, marítimo e terrestre. O homem e a ciência encurtaram distancias. Chegamos a lua, inventamos o computador, a Internet, a telefonia móvel e, apesar de todos estes avanços no mundo, a barbárie e a crueldade estão intrínsecos na nossa essência e não conseguimos mudar isso.
Somos impotentes ou a crueldade humana é tão forte que é difícil extirpa-la da nossa vida?
Vivemos em pleno século XXI, e se supõe que doenças como AIDS e POLIO, deveriam estar exterminadas da face da terra. Se supõe que o preconceito e a impunidade deveriam ser combatidos com ferocidade para encontrar uma espécie de paz social. Os conflitos como os da Síria, Ucrânia, Iraque e Afeganistão demostram uma crueldade medieval que se repete a cada dia e as manchetes dos jornais diários provocam desespero, desesperança e tristeza em nossos corações. Civis morrendo na Síria e cristão sendo crucificados por muçulmanos fanáticos, rapto e estupro de meninas em escolas na Nigéria, violência nos nossos estádios de futebol, linchamentos nas nossas cidades, e tantos outros episódios que nos obrigam a reavaliar o futuro de nossa humanidade.
“Vivemos uma época cinzenta e triste”, dizia a poeta Adélia Prado recentemente, e concordo com ela. Não precisamos ser brilhantes intelectuais para perceber que a barbárie não só não diminuiu, mas piorou. Se a Primeira Guerra Mundial mudou o “estado das coisas” no mundo, quem sabe não estamos nas vésperas de outra grande mudança.
Só espero que essa mudança venha sem dor, sem arrependimentos, e sem medo. Essa é a minha prece diária.

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