Como é usual nesta época de natal, Tinny e seu amigo Duda se
encontraram, semana passada, na avenida Paulista para um encontro e conversar
sobre as grandes questões da vida. Esta vez, como já acontecera antes, a
conversa girou em torno ao espirito natalino.
O lugar escolhido foi o restaurante Viena do Conjunto
Nacional. Quando Duda chegou, Tinny ainda não tinha chegado, ele sentou-se numa
mesa perto da janela onde podia ver os transeuntes da rua Augusta. Duda esperou
cinco minutos enquanto via as pessoas correndo com seus pacotes de natal, a
pressa característica de Sampa, as luminárias de natal e um ambiente de suave
burburinho no restaurante cheio de clientes.
Se estivéssemos na Europa, certamente o ambiente seria de
chuva e frio, veríamos gente entrando com guarda-chuvas e casacos, mas estamos
às vésperas de mais um caliginoso verão tropical, e ao invés dos casacos, Duda
observava muita gente em bermudas, blusas claras e rostos bronzeados. Cada
natal tem o seu encanto, pensou o rapaz enquanto bebia seu drinque.
Eis que Tinny aparece cheio de sacolas de presentes
natalinos. Agora sim, já era hora de uma alegre filosofia sobre o ambiente
natalino.
TINNY: Desculpe a demora Duda, a cidade está um inferno, mas
ainda assim, adoro ela.
DUDA: Eu sei, vendo todo este pandemônio, quase estou
arrependido de não ter ficado em Nova Iorque para o Natal.
TINNY: Bobagens Duda, o Natal não precisa de lugar, precisa
estar dentro de você.
DUDA: Pois é, nunca me esqueço, uns anos atrás, quando nos
encontramos por esta data e falamos sobre o espírito natalino.
TINNY: Lembro bem sim. O espírito que está dentro de nós, que
surge como uma luz de esperança e que transforma nossa vida.
DUDA: Quando você fala, soa poético – disse rindo – más é
isso mesmo.
TINNY: Bem, como estão os preparativos para o Natal?
DUDA: Ainda não comprei nada. Vejo que você já o fez.
TINNY: Não se preocupe, são só lembrancinhas. Faz tempo que já
não faço compras de natal. Geralmente levo aos meus familiares presentes originais,
baratos, mas bonitos. Faz tempo que tento “viver” o natal com espiritualidade,
com sentido cristão, como deve ser.
DUDA: Gostaria de ser como você, Tinny, mas não consigo.
TINNY: Pense bem, não é questão de conseguir ou não, é
questão de viver. Pense que é uma data de alegria, alegria no coração, Tente
expurgar a tristeza do seu coração porque o Natal é alegria plena. Faça uma
prece, pede por paz e alegria, para você e para os outros. Só com este pequeno
gesto, você vai conseguir viver o espirito natalino. É muito simples. Muitas
vezes, este ano ocorreu novamente, chega dezembro e eu fico preocupado porque não
estou “sentindo” o espirito natalino. Então, procuro algum sinal, alguma
oração, algum detalhe que desperte em mim esse espirito. Este ano, estive
passando frente à Igreja de São Francisco, no centro, e vi que tinha uma
exposição de presépios. Entrei e ao ver esses presépios lindos, senti o
espirito de natal dentro de mim. Foi um insight maravilhoso.
DUDA: Eu não consigo ver ou sentir os sinais. Gostaria muito.
TINNY: Tenho uma ideia. Depois de beber e comer, vamos até a
Igreja São Luiz, acabei de saber que daqui a uma hora, vai se apresentar um
coral natalino de crianças. Nada melhor neste tempo de natal do que ouvir
singelos e tradicionais hinos.
DUDA: Boa ideia.
Pouco depois, os dois amigos caminhavam pela avenida mais
famosa de Sampa, totalmente iluminada pelos ornamentos natalinos e entraram na
bonita Igreja de São Luiz Gonzaga. A apresentação estava começando. Os dois
amigos sentaram-se num banco bem atrás e começaram a curtir as vozes inocentes
das crianças cantando NOITE FELIZ.
Duda olhou para Tinny e sorrindo disse:
- Obrigado, meu amigo. Isto é espirito natalino!
TINNY: Eu falei que ele aparece quando você menos espera, é
um milagre. O milagre do natal. Feliz Natal Duda
DUDA: Feliz natal meu amigo. Você me deu um presente
inesquecível.
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