Ao sair do escritório, Dupont perguntou para Alma o que ela
queria fazer.
- Eu queria ver o mar!
- Muito bem querida, vamos ver o mar- disse ele enquanto
entravam no carro.
Pegaram a longa avenida a beira do rio Capibaribe, passaram
pela Estação Central de Recife, o mercado e a rua da Concórdia cujas lojas
estavam cheias de gente. Depois de atravessar outra ponte, chegaram ao elegante
bairro Boa Vista com a famosa praia de Boa Viagem. A manhã estava linda. O céu
azul cintilante e muitos banhistas na praia. Eles desceram e sentaram num banco
perto da praia.
Alma contemplou o mar por um instante e sorriu para Dupont.
- Então a partir de agora devo chama-lo de pai.
- Pode ser “Mom Chere Papa”
- Mom chére Papa! – repetiu sorrindo – gostei.
- Alma querida, quero que você esqueça tudo de triste e
horrível pelo qual passou. Agora você vai viver uma nova vida e te garanto que
será muito feliz.
- Eu te agradeço muito, mom chére Papa, e tentarei ser feliz.
– voltou a olhar o mar – mas nunca esquecerei o passado. Eu sou parte dele. O
meu passado, a minha vida, as minhas raízes estão aqui, mas vou ser feliz, com
certeza.
Alma e Dupont caminharam pela praia. O barulho das ondas eram
uma sinfonia aos ouvidos dos dois. Dupont era o pai que ela precisava, o homem
que tentaria fazer com que ela esqueça tudo de horrível que a vida lhe deu, mas
protegendo a menina, Dupont também esqueceria a tragédia pela qual passou. A
sua pequena Claire voltava a sua vida. Isso era um milagre.
“Pai e filha” caminhavam juntos pela praia. Algumas gaivotas
voavam ao longe do horizonte marino. Alma pareceu esquecer tudo. Pelo menos por
enquanto.
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