No dia 21 de agosto de 2014, o parque mais famoso da cidade
de São Paulo, completará sessenta anos de existência. Criada em 1954 como parte
das celebrações dos 400 anos de fundação da cidade, o Parque do Ibirapuera, com
seus 1,5 milhão de metros quadrados, não é o maior parque da cidade, ele perde
para o Cantareira e o Anhanguera, mas é campeão de visitação: chega a receber
150 mil pessoas por final de semana.
A história do parque faz parte da história de Sampa. Sua
inauguração foi o maior legado dos festejos do quarto centenário, sete meses
depois de a cidade completar quatro séculos de existência. Sua construção foi
comandada pela Comissão IV Centenário presidida pelo industrial Ciccilio
Matarazzo. O parque poderia ser bem maior. A área original era de 43 milhões de
metros quadrados. Essas terras foram ocupadas por bairros como Vila Nova
Conceição e Indianópolis. Outra curiosidade da área do parque se remonta ao ano
1935, quando existia um projeto para transformar essas terras num aeroporto.
Para felicidade de todos, um ano depois, era construído o Aeroporto de
Congonhas uns quilômetros mais ao sul.
O arquiteto Oscar Niemayer foi convidado por Matarazzo para
fazer o projeto do parque, só por desentendimento na comissão, e outro
desentendimento entre o arquiteto e o paisagista Burle Marx, vetou a
participação deste último no projeto de paisagismo do parque. A eleição recaiu
sobre Teixeira Mendes.
No ano passado, o Ibirapuera foi eleito o melhor da América
do Sul entre os mais de 260 milhões de usuários do site de viagens TRIPADVISOR,
e o parque foi o local no Brasil que mais recebeu “check-ins” de usuários do
Facebook, tanto em 2013 como em 2014.
Para mim, o parque é mais do que um lugar de diversão e
entretenimento. É um lugar quase mágico onde a natureza oferece momentos
inesquecíveis. Apesar de ter construções magníficas como o prédio da Bienal, a
Oca e o Museu de Cultura Africana, assim como o Planetário da cidade, o parque
tem um charme característico com o seu lago, a sua fonte de luzes e música,
inaugurado nos 450 anos da cidade, em 2004.
Posso treinar na Praça da Paz onde a grama verde se confunde
com o verde das árvores que mudam de cor de acordo com a estação, assim como o
bucólico ambiente da ladeira da solidão. A trilha de terra de 6kms ao redor do
parque, ou o ambiente de natureza tranquila da pista de Cooper, ou simplesmente
caminhar pela trilha que contorna o lago, além da ciclovia que contorneia todo
o parque, e sentir os eflúvios da vida que circula através da brisa fresca da
primavera, ou das folhas amarelas do outono, ou a calma do inverno, ou a
invasão de corredores no verão.
Além de cantos mil, também o parque oferece esculturas
maravilhosas de todo tipo, sem contar com as exposições do MAM (Museu de Arte
Moderna), a feira orgânica, as aulas de Ioga os sábados de manhã e os concertos
para grande público no Auditório, último dos prédios projetados por Niemayer e
construído em 2005. De vez em quando, grandes Orquestras Filarmónicas do Mundo
oferecem concertos ao ar livre de graça para o público no ampla grama que
bordeia o parque.
Visto de alto, o parque é o pulmão da zona sul de São Paulo,
um oásis verde no meio da selva de pedra, um lugar bucólico e romântico onde a fantasia
e a natureza se confundem num ambiente de beleza incrível.
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