segunda-feira, 8 de março de 2010
OSCAR 2010 OU A TRAJETORIA DE HOLLYWOOD.
Ontem, a Academia de Cinematografia de Hollywood celebrou o seu 82 aniversário de entregas do famoso premio do cinema internacional.
Como sempre, os dias que antecedem ao grande premio, me sinto muito apreensivo – como cinéfilo incurável – com a possibilidade de que algum filme – que acho não deveria ganhar – está entre os favoritos.
Em 1998, o Oscar fez 70 anos de existência. Durante esse longo periodo em que o mundo mudou, o cinema, como sétimo arte, também sofreu mudanças que abalaram as suas próprias estruturas. Desde 1928, quando o épico WINGS (Assas) ganhou o primeiro Oscar, até TITANIC (1998), o Oscar sempre premiou o conjunto da obra, entre elas a genialidade dos atores e dos seus diretores. Mas, ao meu modesto entender, desde 1999 até agora, Hollywood tem atravessado por uma trajetória de premiar filmes técnicos, visando mais os efeitos especiais, e pior ainda, os filmes comerciais, com muito marketing e pouco conteúdo. Isso me deixou assustado. Infelizmente, como cinéfilo pude ver esta “decadência” ao longo desde doze anos de cinema.
Ontem, parecia que AVATAR do mesmo diretor de TITANIC, James Cameron iria arrasar nos prêmios. Afinal de contas o seu filme custou 500 milhões de dólares e foi indicado a 9 categorias. Mas, a Academia deu o Oscar a primeira mulher diretora, Kathryn Bigelow e ao filme GUERRA AO TERROR que abocanhou 6 oscar. Então a tendência de Hollywood é também dar o premio as produções independentes com menos orçamentos (11 milhões de dólares).
Jeff Bridges com o seu CRAZY HEART (Coração Louco) ganhou o Oscar de melhor ator.Um premio justo tendo em conta o grande ator que é o Bridges. Não gostei muito que a Sandra Bullock, atriz mediana, tenha ganho o Oscar de melhor atriz. Concorrendo com o monstro sagrado Meryll Streep e a genial Helen Mirren, parece que o premio foi uma espécie de homenagem a esta atriz jovem ainda, que até agora não tem feito grande coisa exceto papeis ridículos de filmes coloridos de sessão da tarde.
Com grande surpresa soube que existia um filme THE YOUNG QUEEN VICTORIA (A jovem rainha Vitória) que ganhou o Oscar de Melhor figurino. Gostei, afinal de contas, um filme histórico sobre um personagem histórico é realmente digno de se destacar.
Filmes como PRECIOSA e o argentino EL SECRETO DE TUS OJOS, surpreenderam favoravelmente. O cinema argentino tem feito filmes lindíssimos.
Se o Oscar ainda é o mais importante premio do cinema internacional, devo dar graças a Deus por existir festivais maravilhosos de cinemas de arte no mundo todo que apresentam ano após ano filmes artísticos e com conteúdo. Os festivais de Veneza, de Berlim, de San Sebastián, de Cannes, etc demonstram a cada ano que a produção artística de cinema independente do grandes estúdios está em uma continua carreira ascendente.
E isto, para os cinéfilos de carteirinha como eu, é uma grande felicidade.
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