domingo, 5 de dezembro de 2010
O SONHO DE PERSEU
FRAGMENTO DE "O SONHO DE PERSEU" (DO CAPÍTULO I "EDUARDO").
A névoa dissipou-se lentamente e ele se encontrou caminhando no meio de um escuro e misterioso bosque. Um lugar estranho. Nunca tinha estado num lugar assim. Percebeu que caminhava descalço sentindo nos seus pés brancos e delicados a umidade do incipiente orvalho.
Era levado por uma força misteriosa que o conduzia, não sabia para onde. Perguntava-se o que fazia nesse lugar e para onde estava indo. Mas seguia caminhando.
A noite não era tão escura, estava em penumbras e parecia iluminada pela luz da lua cheia. Um vento fresco e agradável o fez estremecer.
A trilha por onde caminhava tinha curvas. As arvores, de um verde escuro, não eram tão altas.
Finalmente, a trilha o levou até um grande rochedo e assim ele chegou até um penhasco alto e colossal e ali viu o mar majestoso.
Caminhou lentamente por uma espécie de rampa de pedra e começou a descer por uma escada de pedras. Tudo parecia fácil e agradável. Ao redor do caminho viu algumas prímulas silvestres e muitas samambaias.
A lua cheia iluminava o mar que era intensamente azul e as ondas formavam uma coroa de espumas.
Antes de chegar á praia, havia uma espécie de plataforma de grama verde. Ali sentou e observou o mar e a noite estrelada.
Deitou-se na grama e escutou o ruído das ondas e contemplou a via láctea e as constelações boreais. Parecia flutuar na paz de um mar imóvel. Observou com atenção uma constelação em particular. Parecia ter a forma de uma cabeleira longa. As estrelas cintilavam nesse formato feminil e gracioso de cabelo.
Voltou a olhar o mar e de repente observou no horizonte o nascer de um novo dia. Sentiu de repente uma brisa cálida e uma luz muito forte, muito forte que o impediu de abrir os olhos. Nesse momento, toda a calma e a placidez que sentia deram passo a uma sensação de perigo. Então teve a sensação de que não estava só e que alguém se aproximava.
Acordou bruscamente e muito assustado.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário