O SONHO DE ROGER (FINAL)
Nessa época, Roger conheceu Márcio, um jovem e sorridente vizinho que trabalhava como garçom num restaurante do outro lado da avenida.
Roger e Márcio começaram um relacionamento, primeiro confuso, depois estável. A cumplicidade era à base dessa união e ela tornara-se cada vez mais séria e profunda. Os dois trabalhavam muito e decidiram morar juntos.
Certas esquinas da Rua Augusta são perigosas. Numa madrugada, Márcio saia do restaurante quase ao amanhecer, quando passou frente a um banco que estava sendo assaltado. Houve disparos entre a polícia e os ladrões e Márcio, que estava na hora errada e no lugar errado, levou um tiro fatal.
Dizem que o que não te mata, te fortalece. Roger Damasceno, sumido na dor e no desespero, encontrou forças e dedicou-se ao trabalho dia e noite.
Foi quando a dona de uma loja de vestidos femininos gostou do trabalho dele e fez um pedido. Os vestidos fizeram sucesso e Roger começou a produzir cada vez mais.
A situação mudou. Em pouco tempo, Roger conseguira comprar um pequeno apartamento, sempre a uma distância discreta da Paulista e, um dia, ele sentiu que já podia abrir o negocio próprio.
Conseguiu alugar um pequeno salão na Rua Augusta, a quatro quarteirões da Paulista e ali, começou verdadeiramente a sua carreira de estilista.
O que viera depois, fora uma sucessão de eventos positivos, onde o trabalho duro, a sorte e a determinação e, o foco no sonho principal, estiveram presentes.
Passaram-se cinco anos e Roger teve tanto sucesso que, finalmente conseguira abrir a sua própria loja na avenida que tanto gostava.
No primeiro natal, numa noite de dezembro, ele olhou à loja toda enfeitada. O piscar das luzes eram lampejos de felicidade. Roger sorriu e depois decidiu ir à casa a pé.
Enquanto caminhava pela avenida, sentiu no coração uma satisfação e uma alegria que nunca sentira antes. Parecia que não existia tráfego, nem transeuntes: só ele, sozinho na grande avenida que, iluminada de esperanças e ilusões, abria-lhe os braços protetores.
Nesse instante, Roger Damasceno, sentiu-se identificado com a charmosa, borbulhante e cosmopolita avenida da sua vida.
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