segunda-feira, 27 de abril de 2015

ATO GRATUITO (PARTE VIII)

No Ato Gratuito a pessoa não só faz o que entende; faz, inclusive aquilo que não entende, porque é guiada pelo coração, e isso faz com que ela avance no processo realizador e descubra as maravilhas de “ser” humana.
Se continua “sendo” a própria natureza, por isso nunca a pessoa se descobre estranha a todos os fenômenos naturais que acontecem ao seu redor.
Clarice Lispector dizia “vou continuar, é exatamente da minha natureza nunca me sentir ridícula, eu me aventuro sempre, entro em todos os palcos”. Pois bem, no Ato Gratuito se segue a intuição natural de ser livre e parecer ridículo ou ter respeitos humanos são elementos totalmente desconhecidos ou ignorados.  O “ser” que faz o Ato o faz de forma tão natural que nunca tem medo de parecer ridículo. A aventura de viver está presente em todos os momentos, em todos os lugares e assim, a alma sente-se livre para poder voar, realizar sonhos, caminhar por trilhas nunca antes imaginadas. O Ato Gratuito, como Ato de fé, é também um ato de coragem.
Também a esperança está sempre presente no Ato Gratuito. Ela não é a toa; ela vem do fundo da alma e ornamenta o Ato Gratuito, porque esperança é também um Ato de fé na vida. A alma humana está cheia de desejos: desejos de ajudar, de cumprir com seu dever supremo e humano de dar alegria e esperança aos outros.
No Ato Gratuito, a alma está coberta de liberdade, riqueza de envelhecer, riqueza de ser generoso, de não haver espaço para o EU, saber que existe o tempo, as dimensões, espaço dentro de um espaço, instante criado por outro instante, existe a pedra, os sentimentos, o concreto, a força bruta, as ondas do mar. Mas, tudo isso é sublimado pela certeza firme e quase sagrada de que tudo se pode, que tudo se vive ao ponto máximo, que tudo é energia positiva, que tudo é ação.
Depois chega-se a conclusão que existir e tão completamente fora do comum e que a solução para não enlouquecer é amar os outros como a nós mesmos.

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