segunda-feira, 20 de abril de 2015

PÃO E POESIA (Poema dedicado a Clarice Lispector)



Que mistérios escondem
o teu olhar intrigante,
olhar fascinante,
de sonhos e ilusões,
profundezas e rebeldia
Clarice: pão e poesia?

Se te dou pão, me pedes ouro
Me deixas às portas abertas
Com teus pensamentos,
para que eu, perdido, me encontre.

O mistério da tua alma
é o mistério que nos arrasa
És uma esfinge que não se decifra
O teu mundo, a tua graça!

Liberta-te, liberta-me,
voando para as profundezas da alma
Com tuas palavras mágicas no meu ouvido:
Acordo colorido!

Que estado de graça
pretendes experimentar,
Para traduzir nos teus escritos
o inatingível barulho das ondas do mar?

Que mistérios ocultas
no teu olhar
Cheio de nostalgia?
Clarice: Pão e poesia.

Apesar do incerto da existência,
produzes palavras submersas,
de melancolia e fantasia,
de filosofia e euforia!

Pois o círculo encerra-se
com amor submergido, excessivo
Habituar-se à felicidade faz parte da vida
É me juraste que ela – a vida – era bonita.

Que mistérios escondes
Clarice: flor de lis no peito
Para me envolver com tuas palavras,
em eterna dicotomia?

Clarice: Pão e poesia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário