sábado, 3 de novembro de 2012

CARTAS DE AMOR


São Petersburgo, 9 de janeiro de 1855.-


Meu muito amado Alekzander:

Você não imagina o frio que está fazendo aqui meu amor, e o frio é ainda mais gelado sem a sua presença em casa. Estou sentindo tantas saudades suas que às vezes me pego chorando, olhando pela janela, no meio da madrugada à aurora boreal que espairece a sua luz no final da Perspectiva Nevsky.

O baile da corte foi muito brilhante e inspirador. Monsieur Trelaz ofereceu um “petit concert” no salão de mármore para ilustres convidados. Papai, lógico, levou-me até ele e me apresentou. O pianista francês é muito gentil e disse a papai que nunca tinha visto meninas russas tão bonitas. Lógico que quase corei ao ouvir os seus elogios. Mas tudo isso não são nada se não tenho você por perto.

Meu amor, por favor, venha logo, venha logo até mim, porque preciso dos seus abraços, dos seus beijos.

Emociono-me ao pensar que só faltam três meses para o nosso casamento, três meses e chegará a primavera, e com ela, a nossa felicidade eterna nesta terra.

Um beijo de amor

Da sua noiva que tanto lhe adora,

Tatiana Illychovna

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