domingo, 4 de novembro de 2012

JULIANA - CONTO (I PARTE)


Juliana era filha única de José e Mariana Mariotti. Seu José fazia chocolates artesanais na sua própria casa, no bairro de Móoca. Dona Mariana ajudava o marido com os chocolates e a Juliana trabalhava num escritório de contabilidade na Rua Augusta. Ela era simplesmente bela. Quando atravessava a rua para ir ao banco ou levar papeis do escritório para os clientes, o transito, literalmente, parava.

Mas Juliana era noiva de Marcelo, um jovem empreendedor paulistano que a conhecera numa festa do Circulo Italiano. Assim como Juliana, Gastão também era filho de imigrantes italianos que morava na Móoca, a poucos quarteirões da sua amada.

O relacionamento de Juliana e  Marcelo era como todos os outros. No começo uma maravilha, depois, os ciúmes de Marcelo provocavam em Juliana sentimentos de apreensão. Mas, o amor estava no ar. Marcelo era agradável com ela, mimava- a, fazia tudo por ela, mas também era ciumento da beleza da noiva. Ele sabia que ela despertava nos homens admiração e interesse e isso ele não podia evitar.

Depois de três anos de namoro e um de noivado, eles marcaram a data de casamento. Juliana escolhera a Igreja de São Gennaro, no mesmo bairro, pois era onde tinha sido batizada. As famílias começaram os preparativos.

Os colegas de trabalho deram de presente um enxoval completo para ela. Os amigos dele,  ofereceram a festa de casamento no clube italiano. Mas o vestido, esse sim, fora escolha particular dela.

Juliana mandara fazer o vestido de noiva com dona Giovanna Arezzo, amiga da mãe e costureira famosa do bairro. Levou pouco mais de um mês para estar pronto. Era um vestido longo, desses que estavam na moda, com véu e grinalda, do jeito que ela sempre sonhara. O buquê, presente da madrinha de Juliana, foi trazido especialmente de Roma. Por tanto, tudo estava indo de vento em popa.

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