quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAP.VII PARTE III)

De repente ela se encontrou correndo, livre e solta por um campo cheio de flores. O lugar lhe proporcionava uma liberdade tal que ela nunca vira antes. Sentiu-se plena de alegria e satisfação. O campo florido estava rodeado de montanhas altas, muito altas, cujos cumes estavam cobertos de neve. Uma brisa suave de primavera lhe beijou o rosto. Ela fechou os olhos com uma sensação incrível de felicidade. Era mais do que um sonho, era uma espécie de realidade virtual repleta de contentamento.
Ao abrir os olhos, viu uma figura alta e magra se aproximando. Era difícil reconhecer, mas percebeu que era um rapaz. Em nenhum momento sentiu-se ameaçada, ao contrário, sentiu-se protegida.
Ela esperou esse intrigante visitante que parecia dar ainda mais cor a esse ambiente tão agradável. Quando ele chegou muito perto dela, ela percebeu que era Henri. O querido e amado Henri.
- Henri! – gritou ela e correu ao seu encontro. Se jogou nos braços dele. Não poderia ser mais feliz.
- Claire, Claire mom amour! Por que você está tão triste pequena Claire?
- Triste?, Eu estou feliz...
- Não Claire, isto aqui é apenas uma ilusão. Vim falar com você. Você precisa voltar à sua vida, ao seus projetos, seus planos, seus desejos...
- Mas, eu estou bem
- Não Claire, você sabe que não está. Tem uma visita pra você, atenda-a por favor, vai ser de grande ajuda para você.
- Mas, Henri – ele tinha desaparecido diante dela – Henri....Henri – ela gritou quando viu que tudo escurecia ao seu redor. De repente as montanhas ficaram ameaçadoras e parecia que iam cair sobre ela. Uma tempestade se aproximava. O campo de flores desapareceu e deu lugar a um lugar tenebroso, cheio de pavor e medo. Ela começou a ouvir um barulho estranho, como um rufar de tambores que vinha de longe mas que se aproximava cada vez mais.
Ela começou a correr mas o barulho parecia querer domina-la. Quando acordou assustada e ofegante e ouviu alguém tocar na porta.
- Claire, Claire?
- Sim...pode entrar – disse arrumando o cabelo e tentando secar o suor do rosto com o lençol.
- Minha pequena Claire – Madame Brigny abraçou a moça com carinho.
- Madame Brigny, eu, eu....- disse e prorrompeu em prantos.
- Chora minha menina, chora.....não se preocupe, vim cuidar de você....você vai voltar à realidade....já é hora minha filha...
Claire, então lembrou do sonho que tinha tido com Henri e compreendeu que Margarete era a visita que ele tinha falado. Percebeu que Henri queria que ela recuperasse o gosto pela vida, que seguisse o seu próprio rumo e que tentasse ser feliz.
- Obrigado por ter vindo – disse Claire abraçando Madame Brigny com carinho e tranquilidade.
O paroxismo da dor já estava passando.

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