A vontade também fica aguçada ao conseguirmos fazer um ato
gratuito. O pensamento de que um projeto nascido no coração sempre vai dar
certo se perseveramos nele com afinco e com amor, nos faz sorrir e dar ao
desafio uma sensação poderosa de firmeza e de esperança.
Vi na televisão a história de uma mulher jovem que, aos 19
anos foi diagnosticada com uma anemia muito rara. Esta mulher passou por muitos
médicos e nenhum deles conseguiu dar um diagnóstico sério e certeiro. A jovem
começou a sentir que seus músculos da perna iam perdendo a força e teve que
usar cadeira de rodas. A sua via sacra particular tinha começado. Mas ela não
desistiu de procurar uma cura. Foi a todos os médicos que lhe recomendavam até
que, finalmente, encontrou um médico certo. Ele descobrira que ela tinha uma doença
muito rara no sangue, e começou a trata-la durante cinco anos. Ela voltou a
andar aos poucos, com o bom tratamento e com muita fisioterapia.
Enquanto estava no hospital, costumava ver a “Corrida dos
Reis” que tinha lugar em Cuiabá, a cidade de onde ela vinha. E vendo todos
esses atletas, profissionais e amadores, ela sentiu no coração uma vontade
imensa de correr como todos eles. Disse a si mesma que ia se curar e que um dia
correria essa corrida. Ela tinha ficado tão grata ao médico pela sua cura, anos
depois, que prometeu a ele que, ao completar a corrida de 10km ela voltaria até
o médico e lhe entregaria de presente a medalha da competição.
A mulher treinou lentamente durante anos até que conseguiu
correr e cumpriu a promessa que tinha feito ao seu médico. Lhe entregou a
medalha de participação da corrida. Ela teve um ato gratuito na sua vida. Desse
ato, surgiu uma vontade imensa de completar a prova de sua vida, e junto com a
vontade, veio a gratidão e a generosidade, aliás, uma das muitas consequências
desse ato.
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