domingo, 8 de fevereiro de 2015

ATO GRATUITO (PARTE V)

A vontade também fica aguçada ao conseguirmos fazer um ato gratuito. O pensamento de que um projeto nascido no coração sempre vai dar certo se perseveramos nele com afinco e com amor, nos faz sorrir e dar ao desafio uma sensação poderosa de firmeza e de esperança.
Vi na televisão a história de uma mulher jovem que, aos 19 anos foi diagnosticada com uma anemia muito rara. Esta mulher passou por muitos médicos e nenhum deles conseguiu dar um diagnóstico sério e certeiro. A jovem começou a sentir que seus músculos da perna iam perdendo a força e teve que usar cadeira de rodas. A sua via sacra particular tinha começado. Mas ela não desistiu de procurar uma cura. Foi a todos os médicos que lhe recomendavam até que, finalmente, encontrou um médico certo. Ele descobrira que ela tinha uma doença muito rara no sangue, e começou a trata-la durante cinco anos. Ela voltou a andar aos poucos, com o bom tratamento e com muita fisioterapia.
Enquanto estava no hospital, costumava ver a “Corrida dos Reis” que tinha lugar em Cuiabá, a cidade de onde ela vinha. E vendo todos esses atletas, profissionais e amadores, ela sentiu no coração uma vontade imensa de correr como todos eles. Disse a si mesma que ia se curar e que um dia correria essa corrida. Ela tinha ficado tão grata ao médico pela sua cura, anos depois, que prometeu a ele que, ao completar a corrida de 10km ela voltaria até o médico e lhe entregaria de presente a medalha da competição.

A mulher treinou lentamente durante anos até que conseguiu correr e cumpriu a promessa que tinha feito ao seu médico. Lhe entregou a medalha de participação da corrida. Ela teve um ato gratuito na sua vida. Desse ato, surgiu uma vontade imensa de completar a prova de sua vida, e junto com a vontade, veio a gratidão e a generosidade, aliás, uma das muitas consequências desse ato.

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