quarta-feira, 9 de março de 2011

O MISTERIO DO LAGO (I) - CONTO


Um carro de cor escuro se dirigia veloz pela estrada rodeada de árvores altas e imponentes. Fez uma curva e entrou numa pequena estrada de asfalto que serpenteava ao redor de um lago grande e tranqüilo.
O sol ainda não aparecera. Os últimos vestígios da nevoa pareciam esfumar-se por trás de uma colina. O carro seguiu adiante e estacionou frente a um grupo de policiais e curiosos que paravam para ver o que acontecera.
Desceram do carro. Um homem era de meia idade, o outro, mais jovem. O Doutor Jotamar Silveira, delegado de Polícia e seu assistente, o Inspetor Godoi começaram a fazer perguntas aos policiais que se encontravam no lugar.
- Bom dia Doutor Silveira...Os homens-rãs estão mergulhando no lago há mais de vinte minutos.
- Muito bem. – Disse, e dirigindo-se ao seu Assistente - Godoi, vá vasculhar o carro e vê se encontra alguma coisa.
- Sim Senhor.
O carro da vítima – aparente vítima- não parecia ter sido abandonado, nem roubado. Tudo parecia estar em ordem.
O Doutor Silveira estava preocupado. Em menos de seis meses, quatro homens jovens desapareceram no mesmo lago e nenhum corpo fora encontrado. Os homens rãs tinham vasculhado todo o lago, mas nada até agora. Este novo caso parecia ser semelhante. O delegado Silveira, encarregado do caso, era um homem de uns cinqüenta e tantos anos. Com calvície acentuada, olhos escuros e óculos, tinha um olhar inteligente e observador. Todos os desaparecimentos aconteceram na sua jurisdição, ou seja, a Delegacia da Aldeia da Serra onde se encontrava o lago.
Seu olhar se dirigiu até a cabana de madeira, rodeada de árvores, em um extremo do lago. A casa parecia anestesiada, em silencio. Só uma moradora muito idosa morava lá. Quando acontecera o primeiro desaparecimento, Silveira tinha visitado todas as casas do condomínio e interrogado todos os seus moradores. Com a velha idosa da cabana de madeira fora diferente.
De temperamento difícil e ríspido, Dona Ana Bela Medeiros não gostava de estranhos. Enviuvara fazia muitos anos. Sem filhos e sem amigos, Dona Ana Bela levava uma vida de verdadeira eremita. Seu marido, um advogado de sucesso, afogara-se no lago enquanto pescava havia muitos anos e ela sempre se negou a vender a casa.
Gostava de cuidar do seu jardim, do seu pequeno pomar, dos seus cachorros. Nunca foi vista perto do lago, ela se mantinha dentro da casa ou no jardim posterior dela.
O doutor Silveira pensou que a moradora da cabana de madeira não era a melhor testemunha já que nunca saia de casa.
- Outro caso desses nas mãos – suspirou resignado – vamos ver como resolveremos!– dirigiu-se até a beira do lago cujas negras águas pareciam esconder um segredo.
Como acontecera com os outros três casos, este também continuava sem resolver.

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