domingo, 29 de janeiro de 2012

A MUSA SOLITÁRIA (I) CONTO

Nem me lembro bem quando aconteceu realmente. Só sei que foi numa noite chuvosa de verão, de finais de janeiro. Eu cheguei apressada à minha casa após um dia exaustivo de trabalho e com uma preguiça terrível de malhar na academia. Mas não dei corda à minha imaginação nem ao meu cansaço e, decidi cumprir com a minha rotina de exercícios físicos apesar de que o meu corpo pedia uma noite de descanso.
Quando cheguei à academia, notei que, apesar do mau tempo, estava lotada. Acho que devia ser uma segunda feira porque, esse dia é considerado como o dia da culpa para todos. Depois de um final de semana não muito católico, com certeza, a culpa de ter comido ou bebido muito acaba em malhação exagerada.
Ao chegar, cumprimentei alguns amigos que estavam nos aparelhos. Mas, alguma coisa estava diferente no ambiente. Não saberia dizer o que era. Então, subi na esteira e comecei a fazer o meu treino.
No principio, só olhava para a programação da TV que estava diante de mim. Depois, olhei ao meu redor e percebi que todos os olhares dirigiam-se para a parte posterior da academia, exatamente onde estavam localizados os aparelhos para fazer exercícios de pernas.
Todos, sem exceção, homens e mulheres, olhavam com assombro. Isso me intrigou, mas não podia abandonar a esteira só por curiosidade. Devia terminar o meu treino direitinho. Enquanto isso, minha ansiedade aumentava e era movida por uma sensação fora do comum. Era evidente que algo extraordinário estava acontecendo.
Por fim, quando terminei a esteira, percebi que o foco de atenção dos presentes não estava mais no mesmo lugar, eles dirigiam-se para a área dos abdominais. Não resisti e aproximei-me o mais discreta possível. Então, eu também fiquei de boca aberta pelo que vi.
Uma jovem mulher fazia abdominais na barra com um garbo e com uma elegância que não tinha visto jamais. Mas não era só isso: ela tinha um corpo tão escultural que deixava os homens babando e as mulheres petrificadas de inveja.
Perguntei-me, como era possível alguém construir um corpo assim. Pelos meus cálculos a moça não deveria ter mais de trinta anos. Então compreendi o porquê de tanto fuzuê. A jovem em questão, não era só uma mulher, era uma deusa.
Não demorou muito para saber o nome dela. Chamava-se Cibele, como a deusa grega e fazia jus ao nome.
A jovem era aluna nova da academia. Isso era mais do que obvio já que nunca a tinha visto antes. Enquanto eu tentava fazer os exercícios, não parava de olhar para ela e ouvir os comentários ao meu redor.

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