Ao sair da escola, Claire despediu-se de sua amiga Joan
naquela tarde agradável de primavera. Tinha que se apressar pois o pai a estava
esperando. Hoje à noite tinham que ir à ópera para ver CARMEM de Bizet. Uma
obra que Gerard amava de paixão. Claire caminhou rapidamente em direção à rua
Racine quando ao virar à esquina deparou-se com um jovem que vinha no sentido
contrário. Ela conhecia-o muito bem. Paul du Clermont.
- Olá Claire – disse o jovem sorrindo- se lembra de mim?
- Claro, Olá Paul, tudo bem? O que faz pela cidade?
- Cheguei hoje de manhã, tive reunião de negócios aqui perto
e estava indo para o hotel. E você, voltando da escola?
- Sim, desculpe, estou com pressa, meu pai me espera, temos
ópera hoje a noite.
- Por acaso é CARMEM, no “Operá de Paris”?
- Sim, por que?
- Porque também tenho entradas para a ópera hoje a noite.
Então – disse tirando o chapéu – nos veremos lá. Cumprimentos ao seu pai.
- Obrigada. Eu darei. Ela ficara meio encabulada.
Claire não olhou para atrás. Quase correndo chegou ao prédio
azul e entrou pela porta principal. Não percebeu que o jovem Paul a continuava
olhando e sorrindo.
Ao chegar à casa, Claire encontrou o seu pai lendo um jornal.
- Olá Papai, tudo bem?
- Oi querida – disse Gerard- tudo bem?
- Tudo – disse colocando os livros e cadernos sobre a mesa –
sabe quem vi agora mesmo antes de entrar, quase na porta de casa? Paul du
Clermont.
- O jovem Paul? E por que ele não entrou?
- Disse que estava de passada pois vinha de uma reunião e me
disse que também irá à ópera hoje a noite.
- Trés bien! . Nos veremos lá então.
- Foi o que eu disse. Vou tomar banho
e já vou me aprontar.
A “Operá de Paris” estava lotada nessa noite. Os carros
chegavam frente ao Teatro mais famoso de ópera da cidade. Homens de terno
escuro, mulheres vestidas elegantemente, subiam as escadarias do templo da
música, como era chamado a Ópera de Paris.
Gerard e Claire subiam as escadas quando ouviram uma voz
atrás deles.
- Monsieur e mademoiselle Dupont!
Gerard virou-se para ver o jovem Paul Du Clermont correndo
atrás deles.
- Jovem Paul, como vai – disse Gerard cumprimentando-o com um
sorriso.
- Boa noite Monsieur Dupont. Boa noite Claire
- Boa noite – disse Claire sorrindo.
- Que bom encontrar você – disse Gerard – Claire me disse que
encontrou você.
- Sim, nos encontramos hoje à tarde. Estou na cidade a
negócios. Volto só depois de amanhã.
- Fantástico. Então amanhã você será nosso convidado para
jantar. O que acha?
- Será um prazer! . Onde se sentarão?
- Estamos na plateia H. e você?
- Estou na superior direita. Mas, nos veremos então no
intervalo. Boa ópera para vocês.
- Obrigado Paul, para você também.
No intervalo, eles tomaram um café na famosa cafeteria do
Teatro.
- Então Claire, gostou do Ato I? – perguntou Paul muito
gentil.
- Sim, só há uma coisa que não entendo. Porque Bizet, sendo
francês, compôs uma ópera tão espanhola?
- Essa é a grande questão minha querida – disse Gerard – e
ele nunca esteve na Espanha.
- Nunca? – Claire parecia surpresa.
- Nunca. E o fez tão bem. É
a mais espanhola das óperas francesas.
- É a minha favorita – disse Paul.
- Você costuma ir sempre à ópera, Paul? – perguntou Claire.
- Quando venho a Paris, sempre assisto uma ópera. Além de
Bizet, gosto de Gluck, Delibes e de Offenbach.
- Confesso que não estou muito familiarizada com a ópera,
porém já percebi que gosto muito.
- Que bom ouvir isso!. Da próxima vez que vier a Paris, você
será minha convidada – disse Paul com um sorriso.
Novamente Claire se sentiu encabulada. Nesse momento, ouviram
o aviso de que o segundo ato estava por começar.
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