terça-feira, 19 de abril de 2016

ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAP.IX PARTE II)



Jean e Paul chegaram a Nice no dia seguinte de carro. Eles viajaram mais de quatro horas para chegar justo na hora do almoço. Madame Renit, como planejado, preparou um saboroso almoço. A tarde os jovens foram pra praia. Jean, Gerard e Madame Brigny ficaram em casa descansando.
Na praia, havia um promontório que dava um acesso não tão fácil a um lugar deserto e aconchegante. A praia era cheia de pedras e pouca areia, como é comum no mediterrâneo francês, mas a agua estava cálida e o mar azul. O sol brilhava com intensidade.
- Vamos entrar na agua? – disse Paul para Claire
- Não, eu prefiro tomar sol, não gosto muito de água.
- Mas é uma praia Claire, veja, não tem ondas, não é perigoso.
- Mais tarde, talvez....
Ele foi correndo para o mar. Joan e Claire o observaram. Paul era um rapaz alto e esbelto, tinha um corpo atlético já que era um exímio tenista e gostava de andar a cavalo por horas.
- Ele é muito bonito e gentil – disse Joan
- Sim, muito.
- Claire, está na cara que ele está afim de você, porque você não dá uma chance a ele?
- Porque ainda não tenho certeza, mas uma coisa sei: Ao lado dele eu não sinto medo, eu me sinto segura e ele me protege.
- Tudo que gostaríamos ter de um homem. Claire ele, além de ser bonito e rico, é muito gentil e te adora. Se eu fosse você, não perderia meu tempo não.
- Joan, por favor, assim você me deixa encabulada – disse Claire sorrindo.
Claire e Joan só passaram agua no corpo e não nadaram. Mais tarde, comeram os sanduiches preparados por Margarete e começaram a caminhar pelo promontório. O objetivo era descobrir o lugar.
- Olha Claire, - disse Paul – olha aqueles veleiros, não são lindos?
- Muito lindos – disse Claire com os binóculos – e parecem tão distantes.
- Olhem lá embaixo – gritou Joan – há uma praia cheia de gente. Vamos lá.
- Não sei Joan – Claire sentia-se cansada – acho melhor voltarmos pra casa.
- Imagina, ainda não são cinco da tarde. Vamos dar uma volta, por favor!
- Ok – disse Claire cedendo – mas só um pouco ok?
Os três jovens desceram até a praia cheia de gente jovem. Eles sentaram na praia e ficaram olhando para as pessoas que entravam e saiam da água.
Joan deu uma olhada ao redor e percebeu que, tinha um grupo de jovens a poucos metros deles. Um rapaz de cabelos escuros e olhar curioso olhava para ela e sorria.
Ao princípio Joan ficou encabulada. Depois sorriu e começou um inocente jogo de sedução.
- Claire, olha para aquele rapaz de short azul, não para de olhar para cá.
- Quem? – disse Claire olhando ao redor.
- Disfarça por favor – sussurrou Joan- aquele de short azul com uma moça e dois rapazes, o da tenda vermelha.
- Ah, ele parece estar interessado em você querida.
- Você acha?
- Claro. Olha, parece que está vindo para cá.
- Ah, meu Deus!
O rapaz aproximou-se das moças e sorrindo disse:
- Olá, meu nome é Bertrand, vocês não são daqui, não?
- Oi – disse Joan – somos de Paris, estamos de férias
- Ah, imaginei, eu também sou de Paris e estou de férias. Prazer.
- Eu sou Joan e esta é a minha amiga Claire.
- Muito prazer.
Nesse instante apareceu Paul que também cumprimentou o rapaz. Minutos depois, todos estavam sorrindo a aproveitando um lindo por do sol na praia.
Bertrand Tulaire tinha vinte e cinco anos e era engenheiro de transportes da prefeitura de Paris. Trabalhava há três anos como funcionário público e seus pais moravam em Nice, por tanto, ele estava de férias mas também estava na casa dos pais aproveitando o verão.
Os dias de verão foram os mais plácidos e calmos que Claire tenha enfrentado nos últimos anos. O passado parecia desaparecer numa nuvem de bons momentos, alegre companhia e um lugar maravilhoso. E foi nesse lugar, numa linda tarde de verão, quando ela e Paul se afastaram de Joan e Bertrand para contemplar o mar azul que refulgia do alto do penhasco. Ali, pela primeira vez, Paul falou sério com Claire.
- Claire, querida, preciso te falar uma coisa.
- Sim
- Quero que saiba o quanto você é importante para mim. Nesse tempo todo que te conheço e que começou nossa amizade eu percebi que você é uma moça singular, muito especial e que eu quero ter ao meu lado pelo resto da minha vida. Claire, eu amo você! Quer se casar comigo?
Claire Dupont engoliu saliva e surpreendida ficou muda.
- Eu, desculpe, eu não esperava, eu ....
- Isso é um sim, ou um não? – disse Paul sorrindo.
- Paul, eu, você sabe de toda minha história com Henri, eu ainda não o esqueci e não estou certa de que é o correto, quero dizer, aceitar você não estando preparada.
- Claire, meu amor, não se preocupe. Eu sei muito bem o quanto Henri significou pra você, isso sempre esteve claro, mas eu estou falando de mim, do que eu sinto, e se eu te amo e quero você para sempre, é porque eu posso esperar até você me amar. Mas, gostaria que você ao menos pensasse na minha proposta, não precisa responder agora.
- Obrigado Paul, eu sinto um grande afeto por você, você é o homem ideal para qualquer mulher e eu me sinto lisonjeada em você me amar...Vou pensar, seriamente no seu pedido.
A partir desse momento, a vida de Claire Dupont começou a mudar.
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