Jean e Paul chegaram a Nice no dia seguinte de carro. Eles
viajaram mais de quatro horas para chegar justo na hora do almoço. Madame
Renit, como planejado, preparou um saboroso almoço. A tarde os jovens foram pra
praia. Jean, Gerard e Madame Brigny ficaram em casa descansando.
Na praia, havia um promontório que dava um acesso não tão
fácil a um lugar deserto e aconchegante. A praia era cheia de pedras e pouca
areia, como é comum no mediterrâneo francês, mas a agua estava cálida e o mar
azul. O sol brilhava com intensidade.
- Vamos entrar na agua? – disse Paul para Claire
- Não, eu prefiro tomar sol, não gosto muito de água.
- Mas é uma praia Claire, veja, não tem ondas, não é
perigoso.
- Mais tarde, talvez....
Ele foi correndo para o mar. Joan e Claire o observaram. Paul
era um rapaz alto e esbelto, tinha um corpo atlético já que era um exímio
tenista e gostava de andar a cavalo por horas.
- Ele é muito bonito e gentil – disse Joan
- Sim, muito.
- Claire, está na cara que ele está afim de você, porque você
não dá uma chance a ele?
- Porque ainda não tenho certeza, mas uma coisa sei: Ao lado
dele eu não sinto medo, eu me sinto segura e ele me protege.
- Tudo que gostaríamos ter de um homem. Claire ele, além de
ser bonito e rico, é muito gentil e te adora. Se eu fosse você, não perderia
meu tempo não.
- Joan, por favor, assim você me deixa encabulada – disse
Claire sorrindo.
Claire e Joan só passaram agua no corpo e não nadaram. Mais
tarde, comeram os sanduiches preparados por Margarete e começaram a caminhar
pelo promontório. O objetivo era descobrir o lugar.
- Olha Claire, - disse Paul – olha aqueles veleiros, não são
lindos?
- Muito lindos – disse Claire com os binóculos – e parecem
tão distantes.
- Olhem lá embaixo – gritou Joan – há uma praia cheia de
gente. Vamos lá.
- Não sei Joan – Claire sentia-se cansada – acho melhor
voltarmos pra casa.
- Imagina, ainda não são cinco da tarde. Vamos dar uma volta,
por favor!
- Ok – disse Claire cedendo – mas só um pouco ok?
Os três jovens desceram até a praia cheia de gente jovem.
Eles sentaram na praia e ficaram olhando para as pessoas que entravam e saiam
da água.
Joan deu uma olhada ao redor e percebeu que, tinha um grupo
de jovens a poucos metros deles. Um rapaz de cabelos escuros e olhar curioso
olhava para ela e sorria.
Ao princípio Joan ficou encabulada. Depois sorriu e começou um
inocente jogo de sedução.
- Claire, olha para aquele rapaz de short azul, não para de
olhar para cá.
- Quem? – disse Claire olhando ao redor.
- Disfarça por favor – sussurrou Joan- aquele de short azul
com uma moça e dois rapazes, o da tenda vermelha.
- Ah, ele parece estar interessado em você querida.
- Você acha?
- Claro. Olha, parece que está vindo para cá.
- Ah, meu Deus!
O rapaz aproximou-se das moças e sorrindo disse:
- Olá, meu nome é Bertrand, vocês não são daqui, não?
- Oi – disse Joan – somos de Paris, estamos de férias
- Ah, imaginei, eu também sou de Paris e estou de férias.
Prazer.
- Eu sou Joan e esta é a minha amiga Claire.
- Muito prazer.
Nesse instante apareceu Paul que também cumprimentou o rapaz.
Minutos depois, todos estavam sorrindo a aproveitando um lindo por do sol na
praia.
Bertrand Tulaire tinha vinte e cinco anos e era engenheiro de
transportes da prefeitura de Paris. Trabalhava há três anos como funcionário
público e seus pais moravam em Nice, por tanto, ele estava de férias mas também
estava na casa dos pais aproveitando o verão.
Os dias de verão foram os mais plácidos e calmos que Claire
tenha enfrentado nos últimos anos. O passado parecia desaparecer numa nuvem de
bons momentos, alegre companhia e um lugar maravilhoso. E foi nesse lugar, numa
linda tarde de verão, quando ela e Paul se afastaram de Joan e Bertrand para
contemplar o mar azul que refulgia do alto do penhasco. Ali, pela primeira vez,
Paul falou sério com Claire.
- Claire, querida, preciso te falar uma coisa.
- Sim
- Quero que saiba o quanto você é importante para mim. Nesse
tempo todo que te conheço e que começou nossa amizade eu percebi que você é uma
moça singular, muito especial e que eu quero ter ao meu lado pelo resto da
minha vida. Claire, eu amo você! Quer se casar comigo?
Claire Dupont engoliu saliva e surpreendida ficou muda.
- Eu, desculpe, eu não esperava, eu ....
- Isso é um sim, ou um não? – disse Paul sorrindo.
- Paul, eu, você sabe de toda minha história com Henri, eu
ainda não o esqueci e não estou certa de que é o correto, quero dizer, aceitar
você não estando preparada.
- Claire, meu amor, não se preocupe. Eu sei muito bem o
quanto Henri significou pra você, isso sempre esteve claro, mas eu estou
falando de mim, do que eu sinto, e se eu te amo e quero você para sempre, é
porque eu posso esperar até você me amar. Mas, gostaria que você ao menos
pensasse na minha proposta, não precisa responder agora.
- Obrigado Paul, eu sinto um grande afeto por você, você é o
homem ideal para qualquer mulher e eu me sinto lisonjeada em você me amar...Vou
pensar, seriamente no seu pedido.
A partir desse momento, a vida de Claire Dupont começou a
mudar.
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