sábado, 16 de abril de 2016

ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAP.VIII FINAL)

O Palácio das Belas Artes de Paris, também conhecido como PETIT PALAIS estava localizado perto do rio Sena e da Ponte Alexandre, na região dos Campos Elíseos. Foi inaugurado em 1900 para a grande Exposição Universal e serviu para exposição de obras pictóricas, assim como sala de Concertos. O imponente edifício com suas famosas colunas e inúmeras salas é famosa no mundo inteiro. O Petit Palais formava parte do monumental Grand Palais. No salão para exposições temporárias, recebia uma mostra de obra latino-americana moderna do século XX.
Nessa tarde, muitos convidados entre autoridades do Instituto, do Ministério da França, embaixadores e autoridades consulares dos países cujos representantes estão na mostra pictórica, e claro muitos convidados. O salão estava atestado de gente e os artistas estavam a disposição dos interessados em saber um pouco mais de sua arte.
Clemencia Tristão estava entre estes artistas. Do lado do marido e do embaixador brasileiro, ela conversava gentilmente com todos que se aproximavam e que eram apresentados a ela.
No meio da conversa, chamou a atenção de Tita uma mulher morena e elegante que estava acompanhada de homem alto e muito bonito. O casal chamava a atenção justamente pela sua sofisticação, mas a distinta mulher tinha algo tropical no rosto e na cor da pele. Ela parecia a vontade conversando com um grupo de pessoas ao seu redor e observando as obras expostas.
Quando ela chegou até os quadros de Tita Pernambuco, ficou observando por uns minutos e falou alguma coisa ao homem que estava do seu lado.
Tita, sem pensar, aproximou-se da misteriosa desconhecida e perguntou, em francês, se ela gostou do seu quadro.
A mulher virou-se para ela e pareceu reconhece-la. Havia um mistério quase desvendado para Tita nessa mulher de olhos escuros e pele de alabastro. A beleza da dama era estonteante. Parecia sair de um conto de fadas. O sorriso inicial deu lugar a uma expressão de estranheza, quase de espanto. Tita procurava lembrar-se dela, o seu rosto não era totalmente desconhecido.
A mulher levou a mão até a boca e exclamou em português claro:     
- Clemencia Tristão!
Tita quase desmaiou ao ouvir essa voz. Nunca poderia esquece-la.
- Alma, Alma? – sentiu que as pernas fraquejavam. O choque era muito grande.

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