terça-feira, 19 de abril de 2016

ALMA, A FILHA DO DESTINO(CAP.IX PARTE III)



Claire manteve em segredo o pedido de casamento. Não contou para ninguém, nem pra Joan ou Margarete e muito menos ao pai. Achava que tinha que amadurecer a ideia de se casar. O mais perto dessa situação que ela esteve foi com Guto, há alguns anos atrás, depois disso, nunca mais. Agora o destino lhe reservava outra situação, muito ‘ avantajada. Se ela se casar com Paul, poderá dedicar-se exclusivamente ao seu trabalho de essências e também aos seus estudos. Mas ela gostaria de continuar morando em Paris, pois as possibilidades estavam lã e não em Clermont-Ferrand. Ela sabia que esse era um assunto sério. Sua flamante parceria com Madame Brigny na loja estava dando frutos profissionais incríveis e isso ela sabia muito bem. Tinha que pensar bem. Aproveitaria as férias para pensar.
Os dias eram agradáveis e ensolarados. Todos os dias os jovens iam para a praia. Claire sempre com medo da agua, só se aventurava bem na beirada do mar com Paul sempre ao seu lado. Após o pedido de casamento, ele se mostrou cada vez mais atento e galante, paciente e educado, sempre diligente e prestativo. Já não era segrego para ninguém que Paul du Clermont estava muito apaixonado por Claire.
Uma certa noite, quando as moças ajudavam Madame Brigny para preparar o jantar, esta perguntou a Claire:
- Estou percebendo que o jovem Paul não desgruda de você. Acho que ele está muito apaixonado, não acha?
Claire corou. Pensou uns segundos e disse quase imperceptível:
- Bem, estamos nos entendendo, aos poucos.
- Você gosta dele?
- Sim, gosto, claro.
- É o que está esperando? Que eu saiba é o pretendente ideal para qualquer jovem.
- Sim, Claire – disse Joan- o que está esperando?
- Eu, eu não sei. A morte de Henri é recente e eu , não sei se estou preparada, entendem?
- Acho que a morte de Henri já passou tempo suficiente, já vai fazer um ano – disse Margarete bem firme – agora é a sua vez de procurar a felicidade. Uma jovem não pode estar sozinha, sobretudo se tem alguém tão especial quanto Paul.
- Não sabia que gostava tanto dele – disse Claire tentando sorrir.
- Por que não haveria? Ele é um ótimo rapaz, e está na cara que é apaixonado por você. Já é hora de você deixar de enrolar o rapaz e se decidir.
- Margarete, eu...- Joan e Margarete se aproximaram dela.- Bem, há dois dias ele me pediu em casamento.
- Eu sabia, sabia –disse Joan – eu desconfiava
- Psiiiiu, fala baixo, não quero que ninguém ouça. Só estou contando a vocês, ninguém mais sabe.
- E o que você respondeu? - perguntou Margarete intrigada.
- Falei que ia, que ia pensar.
- Pensar? – disse Joan – pensar o quê?
- Sim, Claire, pensar o quê? – perguntou Margarete.
- Bem, eu não sei, tenho que pensar e pronto. E não quero mais falar sobre isso.
- Só vou te dizer uma coisa, uma só – disse Margarete – não pense muito. O tempo pode ser aliado mas também pode ser inimigo. Vamos servir o jantar, os homens estão esperando no terraço, vamos meninas.
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