quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

ALMA, A FILHA DO DESTINO - CAPITULO II PARTE III


Os fogos de artifício anunciavam a festa. Muita gente juntou-se à praça principal de Inajá para participar dela. Entre eles, os Bezerra, autoridade máxima da cidade. O prefeito Damásio Bezerra, sua mulher e seu filho Gerônimo estavam presentes. Do outro lado da praça, a família Rocha e os Tristão que apareceram logo depois.

Augusto ficou impressionado com a beleza de Alma, que estava usando um vestido florido, mais bem primaveril do que correspondente ao outono, a estação do momento. Mas o vestido ficava tão bem na menina, que o doutorzinho não resistiu e se aproximou dela.

- Boa noite , Alma....gostaria de dançar comigo?

- Claro doutor – disse a moça sorrindo.

Os dois se juntaram ao grande grupo de dançarinos que estavam na praça. A banda de Recife começou a tomar um forró conhecido e a alegria tomou conta dos casais.

Gerônimo, que estava ao lado dos pais, olhava com atenção à Alma e o doutor. Desde que começara a festa, queria convidar a moça para dançar, mas o doutorzinho adiantara-se. Isso o deixou apreensivo e um tanto alterado. Decidiu que em qualquer momento ia convidar a filha dos Rocha para ser o seu par, e por toda a noite.

A banda parou, o prefeito Bezerra pronunciou algumas palavras e a festa continuou. Augusto e Alma não desgrudaram um minuto só. Foi quando nesse momento, Gerônimo apareceu diante dos dois, acompanhado do irmão de Alma.

- Boa noite Alma, boa noite doutor!

- Boa noite – disse Augusto.

- Alma, gostaria de dançar com você....me concede esta dança?

- Vá Alma, vá dançar, divirta-se – disse Damião Rocha à irmã sorrindo.

Ela aceitou sem emoção. Guto viu a moça desaparecer no meio da multidão.

- Bem, doutor, está gostando de Inajá? – disse Damião ao Guto.

- Sim, estou gostando muito. Acho que ficarei por muito tempo.

- Isso é uma boa noticia. Todos gostam do senhor.

- Bem, isso também ajuda – disse Guto sorrindo – Como está o seu avô?

- Melhorando. Mas ele não quis vir à festa hoje. Preferiu descansar.

- Faz muito bem. Amanha irei visitá-lo.

- Com licença doutor, minha mãe me chama.

Augusto viu Alma e Gerônimo no meio dos casais e percebeu que a expressão da moça era de desânimo.

- Alma, só vim para esta festa para te encontrar...Estou feliz de rever você – disse Gerônimo.

Alma ficou em silencio.

- Você está bem, Alma?

- Sim, um pouco cansada, só...

- Então vamos parar, acho que já dançamos muito...Quer beber alguma coisa?

- Não, obrigada. Me leva até os meus pais, esta bem?

- Sim, claro. Mas, gostaria de dançar mais com você esta noite.

- Desculpe, não estou me sentindo bem. Acho que não quero dançar mais.

O rapaz ficou decepcionado.

- Aconteceu alguma coisa? Você esta sentindo alguma coisa?

- Não, não, um pouco de dor de cabeça, só..

- Tudo bem...- disse o rapaz, levando- a até o outro lado da praça.

Gerônimo voltou até o grupo onde se encontrava Damião e alguns amigos e ficou com eles. Depois de algum tempo, procurou alma por toda a praça e não a encontrou.

- Damião, você viu a sua irmã?

- Sim, ela estava perto do carrinho de sorvete, com o doutorzinho.

Um súbito estremecimento tomou conta de Gerônimo Bezerra. Nesse momento percebeu que o doutorzinho era uma pedra no seu caminho.

“Doutorzinho atrevido de meia tigela” – pensou – “Quem acha que ele é?”

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