segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

BALADA PARA UM AMOR IMPERFEITO (POEMA)

     

                                                                                                          (A São Paulo)

Tremeluzente e solitária
Flameia a bandeira listrada
No topo do mundo, no alto dos sonhos,
Da grande cidade.

Cidade que nunca dorme, nunca silencia
Porque o orgulho de sentir e ser paulista
Entrelaça-se com sua cacofonia
Sua eterna sinfonia

Lugar de champagne borbulhante
Passado glorioso, futuro incerto
Ruas, parques, becos misteriosos
Perigosos, inebriantes

Um amor imperfeito
É o que dedico à grande urbe que arde
Na magistral e louca pauliceia
Desvairada de Mario de Andrade



Passeios escondidos, prédios centenários
Sacadas românticas, testemunhas de sua verdade
Reina uma atmosfera de trabalho e coragem
Que muitos chamam de realidade.

Milhões de almas
Iluminam às janelas
Às estrelas brilham escondidas
Pois a própria cidade cintila

Meu amor pela cidade
Só pode ser imperfeito
Porque na imperfeição há paixão
Que contradiz todos os conceitos

Corda bamba da existência
Desconfortável ternura
Condição que não se cura
Nem com dádiva pura

Mas nesse amor descobrimos
A sua beleza madura
Seus sonhos bucólicos

E seu presente que permanece e dura.

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