Entre os indicados a melhor filme e melhor diretor (Thomas Mc
Carthy) e melhor ator coadjuvante (Mark Ruffalo) para o Oscar 2016, está o filme
SPOTLIGHT- SEGREDOS REVELADOS, que recebeu muitos prêmios como o de Melhor Ator
para Michael Keaton e que já deu lucro de uns 50 milhões de dólares ao redor do
mundo.
O dilema entre a fé e os fatos permeia o conteúdo deste filme
interessante. A história é bem contada, e pode ser qualificada como simples e
conhecida do grande público. Mas não basta um roteiro ser excelente, ele deve
ter clareza e atrair o público com cenas e diálogos importantes que chamem a atenção
na maior parte do tempo. SPOTLIGHT
consegue fazer isso de forma incrível. Num ano em que os indicados para o mais
importante prêmio do cinema americano está focado mais em filmes comerciais (que
já é uma tendência hollywoodiana de décadas), este filme pelo menos nos faz
pensar sobre vários assuntos como a dicotomia entre a fé e a moral da Igreja, o
fanatismo religioso e ateu, a submissão da fé ou o direito fundamental de
conhecer os relatos jornalísticos, dentre outros. O direito da liberdade de
imprensa está subjacente no roteiro como base fundamental para a democracia
moderna.
Trata-se de um drama real acontecido em Boston, Estados
Unidos entre 2001 e 2002. Um grupo de jornalistas investigativos do “BOSTON
GLOBE” investigaram e conseguiram provas de que a Igreja Católica acobertou os
sacerdotes que se dedicavam religiosamente a abusar de crianças de famílias pobres
e desestruturadas. O enredo evolui muito bem até o final. Os repórteres do
GLOBE tinham formação católica e graças aos cânones da sua profissão (não da
sua religião) enfrentaram o poder eclesiástico.
A oposição entre a fé e os fatos, não é a mesma que a
oposição entre a fé e a ciência, tanto porque jornalismo não é ciência.
No Jornalismo se duvida de tudo para chegar à notícia
verdadeira. Os repórteres do filme duvidaram do arcebispo e também dos cardeais
que não tem religião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário