segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

CAMINHO AO OSCAR 2016 “SPOTLIGHT” OU O DILEMA ENTRE A FÉ E OS SEGREDOS REVELADOS


Entre os indicados a melhor filme e melhor diretor (Thomas Mc Carthy) e melhor ator coadjuvante (Mark Ruffalo) para o Oscar 2016, está o filme SPOTLIGHT- SEGREDOS REVELADOS, que recebeu muitos prêmios como o de Melhor Ator para Michael Keaton e que já deu lucro de uns 50 milhões de dólares ao redor do mundo.
O dilema entre a fé e os fatos permeia o conteúdo deste filme interessante. A história é bem contada, e pode ser qualificada como simples e conhecida do grande público. Mas não basta um roteiro ser excelente, ele deve ter clareza e atrair o público com cenas e diálogos importantes que chamem a atenção na maior parte do tempo.  SPOTLIGHT consegue fazer isso de forma incrível. Num ano em que os indicados para o mais importante prêmio do cinema americano está focado mais em filmes comerciais (que já é uma tendência hollywoodiana de décadas), este filme pelo menos nos faz pensar sobre vários assuntos como a dicotomia entre a fé e a moral da Igreja, o fanatismo religioso e ateu, a submissão da fé ou o direito fundamental de conhecer os relatos jornalísticos, dentre outros. O direito da liberdade de imprensa está subjacente no roteiro como base fundamental para a democracia moderna.
Trata-se de um drama real acontecido em Boston, Estados Unidos entre 2001 e 2002. Um grupo de jornalistas investigativos do “BOSTON GLOBE” investigaram e conseguiram provas de que a Igreja Católica acobertou os sacerdotes que se dedicavam religiosamente a abusar de crianças de famílias pobres e desestruturadas. O enredo evolui muito bem até o final. Os repórteres do GLOBE tinham formação católica e graças aos cânones da sua profissão (não da sua religião) enfrentaram o poder eclesiástico.
A oposição entre a fé e os fatos, não é a mesma que a oposição entre a fé e a ciência, tanto porque jornalismo não é ciência.

No Jornalismo se duvida de tudo para chegar à notícia verdadeira. Os repórteres do filme duvidaram do arcebispo e também dos cardeais que não tem religião.

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