Alma Rocha continuava com a sua rotina de sempre. Durante as
manhãs estava na escola, as tardes, após ajudar a mãe, ia sempre para o rio
tomar banho e depois fazia as tarefas de casa.
Os seus dois irmãos
mais velhos Damião e José Rubião, de dezessete anos e quinze anos já trabalhavam
duro. Damião ajudava o Pai na lavoura e José Rubião trabalhava com o avô Malta
na Venda. Ambos eram altos como o pai. Damião gostava do campo e trabalhava com
muito afinco, já o irmão mais novo não via a hora de ser adulto e sair da
região. Queria ir para a cidade grande, ser um rico comerciante de Recife, casar, ter filhos, em fim, sonhos de
um adolescente que não apreciava muito a vida do campo.
O pai não tinha queixa dos filhos. Eles o obedeciam sem
questionar. E era assim como tinha que
ser. A autoridade paterna era firme e intransigente e, era diferente ao da mãe,
que amava os dois filhos, e sempre fazia
tudo o que eles queriam. Dadá era uma mãe amorosa, a diferença da dureza de
sentimentos que era comum entre as mães nordestinas da época. Mas com a única
filha, Alma, ela chegava a ser diferente. Era exigente.
Mas, quando Alma fez quatorze anos um evento tinha
transformado a sua plácida existência: o rio Moxotó inundou toda a região e
quase chegou à casa dos Rocha. Pelo período de três meses, a menina não tinha
como ir nadar no seu rio favorito, e aqueles singelos prazeres matinais ficaram
em suspenso provocando na menina sofrimentos e muita tristeza.
Foi então quando ela percebera que na sua escola, era a única
menina que nunca fora picada por nenhum inseto.
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