- Paul!, ela gritou e acenou com a mão.
Ele virou-se para ela e acenou sorrindo. Pouco depois, atravessou a rua e a abraçou.
- Claire, como vai? Que surpresa?
- Olá Paul, como vai você?. Esta é Joan Maintreaux, minha melhor amiga.
- Olá
- Olá, prazer Paul.
- Então, está na cidade há quanto tempo?
- Cheguei ontem a noite e hoje tenho muitas reuniões de negócios. Pensava voltar para Clermont hoje mesmo mas acho que não vai dar tempo. E seu pai?
- Ele está bem, vai gostar de saber que você está pela cidade.
- Sim, eu esperava encontra-lo hoje e convidar vocês para jantar a noite.
- Ah, desculpa Paul, é que Joan, eu e alguns amigos vamos viajar para Seine-Port hoje a tarde e só voltamos no domingo. Que pena!
- Ah, tudo bem, fica para o próximo mês em que voltarei. Divirta-se e aproveite porque o frio logo chegará. Dá um abraço ao seu pai por mim, está bem?
- Claro, Paul, foi um prazer te ver novamente. Lembranças ao seu pai também. Au revoir
- Au revoir
O jovem executivo atravessou a rua e se juntou aos dois homens que o estavam esperando.
- Meu Deus Claire, esse rapaz é muito bonito e educado.
- Sim, ele é como um príncipe – disse Claire sorrindo – que surpresa boa!
*******
Saint Assise sempre trouxe à Claire uma sensação de paz y de alegria. Nessa sexta-feira de começo de outono, ainda estava quente, quando eles chegaram a tardinha. A cor laranja do pôr do sol era fascinante pois dava a sensação de estar dentro de uma pintura. Claire tinha a sensação de que seria um final de semana diferente. Inclusive disse ao pai que não via a hora de estar em Saint Assise porque lá, ela era realmente feliz.
- Mais um final de semana em Saint Assise. Que lugar mágico, pai!
- Vejo que você se afeiçoou ao lugar
- É um lugar mágico. Ás arvores, os pássaros, o rio....
Com esses pensamentos partira com Henri, Madame Brigny e Joan para Seine-Port.
Antes de chegar, passaram pela vila para comprar produtos para a casa. Margarete entrou na pequena loja e ao sair, tinha um ar de preocupação.
- Que foi Mamãe? – perguntou Henri.
- Meu Deus – disse Margarete – você lembra do filho de Adrienne Sauviroux?, Daniel Sauviraux?
- Sim, por que?
- Ele morreu há dois dias num acidente de barco, no rio. Pobre Adrienne!
- Que horror! – disse Joan.
Claire so ficou calada e a imagem do seu pesadelo recente voltou à tona. Sentiu um estremecimento, um calafrio que a deixou preocupada.
Mas ao chegar à casa, tudo fora esquecido.
Saint Assise amanheceu ensolarada naquela manhã de sábado. Por incrível que pareça o outono oferecia temperaturas bem agradáveis. O verão parecia não querer ir embora. Na casa, todos se preparavam para um picnic à beira do rio.
- Joan – disse Claire – você trouxe sua roupa de banho?, pois eu quero entrar na agua.
- Trouxe sim, Hoje parece ser ideal para nos refrescar um pouco.
- Incrivel, faz muito tempo que não faz um tempo tao bom no outono – disse Margarete Brigny. – Vamos já, senão vai ficar tarde.
Claire, de mãos dadas com Henri, levava uma das cestas. Usaba um vestido leve de florzinhas e cor azul celeste. Joan já tinha posto uma bermuda e sandálias e conversava com Margarete.
Antes de chegar à praia. Henri beijou Claire e disse:
- Claire, eu te amo
A moça sentiu apenas que estava tocando o céu.
Enquanto Joan e Margarete preparavam a comida sob uma árvore milenária, Henri foi até a beira do rio e conversou com um pescador que tinha um pequeno barco. Claire viu Henri combinando algo e depois voltar para o grupo sorrindo.
- Gente, monsieur Ginard me emprestou seu bote, vamos dar um passeio?
- Eu tenho medo de água – disse Joan.
- Bobagens Joan – disse Claire, o rio é tão manso por aqui.
- Mas devem ter cuidado Henri – disse Margarete – as vezes tem os redemoinhos perigosos por trás da curva. Se vão andar de bote, por favor, só por aquele lado – disse apontando a direita da curva.
- Eu conheço bem o rio mamãe, não se preocupe. Vamos Claire.
Claire levantou-se e correu para o bote. Henri e ela entraram e ela se sentou. O rapaz pegou os remos e barco começou a deslizar-se lentamente.
Joan e Margarete observavam tranquilas enquanto comiam um sanduiche e saboreavam um bom vinho francês.
O pequeno barco de cor branca foi se afastando da praia. Henri e Claire conversavam e riam a vontade. Dava gosto ver a felicidade deles. O sol de quase meio dia estava bem forte, quando de repente, Henri percebeu um redemoinho em volta do barco. Tentou remar com mais intensidade, mas o perdeu o controle. Claire percebeu sua aflição e ficou preocupada, mas Henri mantinha a calma.
- Henri, o que esta acontecendo, o barco esta virando muito rápido.
- Não se preocupe mom amour, é apenas um pequeno redemoinho.
Margarete e Joan viram o barco sendo balançado e levado para o lado da curva. Madame Brigny levantou-se e gritou:
- Cuidado Henri, o redemoinho, não vá por aquele lado.
Mas já era tarde, o barco deu uma balançada e outra mais forte e tombou. Henri e Claire caíram na agua. Ela conseguiu segurar no bote tombado, mas o rapaz foi levado para o centro do redemoinho. Claire, desesperada ao ouvir os gritos de Joan e Madame Brigny, não conseguia nem falar, só tinha a intuição de não largar o bote, que lentamente fora levado para a outra beira do rio.
Henri tentava nadar e sair do redemoinho, mas ele foi levado para o fundo. Conseguiu sair duas vezes para depois desaparecer.
Ao ver que o filho não aparecia, Margarete gritou com Joan.
- Vá depressa chamar o Deveraux para mim
Joan correu para a casa. Enquanto isso, Margarete olhou para Claire que já tinha chegado à outra praia em frente. Ela simplesmente estava muda olhando para a agua.
- Claire, Claire, fica calma. Já vamos ter ajuda.
Claire Dupont olhou para Madame Brigny e começou a tremer de frio. Lembrou-se do pesadelo que tivera e percebeu que era uma premonição horrível.
Ela simplesmente fechou os olhos e não lembrou mais de nada.
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