sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

ALMA, A FILHA DO DESTINO (ROMANCE) CAPITULO VI PARTE VI



Clermont-Ferrand, 7 de agosto de 1948.-

Querido Henri:
Me desculpe não ter escrito nos primeiros dias da minha chegada, mas tenho estado muito ocupada conhecendo o lugar que é maravilhoso. Estamos bem instalados Papai e eu, e o Château dos Clermont é simplesmente maravilhoso. Conheci o aroma do “Muguet”, o lírio do campo e de repente imaginei um perfume dessa flor, que deve ser magnifica. Temos feito muitos passeios e ontem conheci a cidade. Ela é pequena mas bonita. Tem uma praça muito charmosa, cheia de crianças brincando, monumentos antigos e uma catedral de tirar o fôlego. Tudo muito agradável e o tempo também tem ajudado. Não faz tanto calor quanto em Paris, e as noites tem uma brisa suave e confortante.
Como está você meu amado Henri? Estou morrendo de saudades e não vejo a hora de rever você. Espero que tudo esteja indo bem por ai.
Esperarei ansiosa a sua carta de resposta.
Lembranças à Madame Brigny.
Um beijo,
Claire.

As duas semanas passaram voando e os Dupont voltaram a Paris bem descansados. Claire passou muito bem e o seu pai também, pois Gerard parecia estar muito a vontade com os amigos Clermont.
- Gostou das férias, Claire?
- Adorei mom chère Papá. Merci!
- Bem, acho que seria apropriado escrever uma carta ao jovem Paul, agradecendo por tudo.
- É o que vou fazer, Papá. Paul foi um anfitrião excelente.
Voltar a Paris significava voltar aos braços de Henri.
Ainda faltavam duas semanas para terminar as férias de verão. Claire e Joan passavam a manhã trabalhando na loja da Madame Brigny e a tarde, junto com Henri, aproveitavam para passear pela cidade. Iam aos museus, cafés, praças. Conheciam bairros afastados, igrejas e muito mais. O verão era luminoso. Claire nunca tinha passado um verão assim, e definia como “o mais agradável de todos os meus verões”.
Muitas vezes passeava sozinha com Henri. Gostavam de ir tomar sorvete na Place Vendôme, ou subir até a Torre Eiffel e contemplar a cidade. Estavam mais apaixonados do que nunca.
Claire aprendia sobre essências e ervas com Madame Brigny. Ela levava o seu caderno de anotações e escrevia tudo o que podia. Pediu para Henri um ramo de lírio do campo e conseguiu fazer umas misturas interessantes. Madame Brigny estava extasiada com o seu trabalho e com sua criatividade.
- Você vai ser uma excelente perfumista!
- Mas também quero inventar um creme de beleza.
- Isso você também vai conseguir, confia em mim.
- Cheire isto Madame, gostei do cheiro.
- Hummmm, uma mistura de cheiro de campo e sofisticação parisiense
- Isso mesmo – disse Claire sorrindo.
Os dias foram passando, e o verão estava chegando ao fim. Era hora de voltar para a escola.
Quando chegou em casa, exausta após um dia intenso na loja, o pai lhe disse:
- Claire, tem uma carta para você.
Ela viu o envelope e percebeu imediatamente que era de Clermont-Ferrand. Era de Paul.
Foi até o seu quarto e abriu a carta.


Château Royat, Clermont-Ferrand, 28 de agosto.

Querida Claire:
Obrigado pela linda carta. Também adorei passar essas duas semanas com você aqui em casa. Depois da tua partida a casa ficou um pouco vazia. Mas hoje de manhã, ao sair para o jardim, vi esta linda flor de Muguet e lembrei de você. Então estou lhe enviando para que se lembre de mim e dos dias que passou por aqui.
Espero que você esteja preparada para a volta da escola. Este verão foi muito especial para mim e espero que também tenha sido para você.
A “Muguet” é para que você se lembre de mim.
Com carinho,
Paul

Junto a carta tinha uma caixa branca. Ela abriu e ali estava um buquêt de flor de Muguet, o lírio do campo. Claire cheirou-a e lembrou-se de Royat e das duas semanas que passou em Clermont- Ferrand.
A carta de Paul era intrigante: “adorei passar essas duas semanas com você aqui em casa”; “Estou lhe enviando este pequeno presente para que lembre de mim”.
O Pai percebeu que ela ficou um pouco surpresa com a carta.

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