Os últimos dias de férias ao lado de Henri foram de
uma grande felicidade para Claire Dupont. A menina tímida que veio de muito
longe, que ainda tinha dificuldade para falar bem o francês mas que aprendia
muito rápido, conquistou o coração do rapaz que, feliz, trabalhava e estudava
com afinco. Começaria o seu último ano de estudos universitários, enquanto que
Claire devia continuar os estudos por alguns anos mais apesar de quase ter
dezoito anos.
Os dias passavam rápidos, a alegria de estar juntos
era algo tonificante para os dois jovens apaixonados. Mas Claire ainda não
contara ao pai que estava namorando Henri.
Pois bem, no último final de semana de férias, Madame
Brigny convidara Claire e Joan para descansar em Saint Assise. As meninas
aceitaram de imediato e Gerard não opôs nenhum impedimento à viagem, por tanto,
na sexta feira a tarde, Claire e Joan acompanhadas de Madame Brigny e de Henri
foram para Seine-Port. Monsieur Dupont até fora convidado a acompanha-los, mas
como tinha muito trabalho antes do início das aulas da universidade, preferiu
ficar em casa e dedicar-se às tarefas inerentes a profissão.
Quando chegaram a Saint Assise após uma curta viagem
de trem já passavam das sete da noite. Ainda tinha um sol caliginoso de verão
quando chegaram à casa. Ao descer do taxi, Claire sentiu o aroma da vegetação e
das flores do jardim da casa.
A casa adquiria um tom laranja com o entardecer e o
silencio só era quebrado com o canto dos pássaros e os latidos dos cachorros
dos empregados da casa. Tudo era bucólico e romântico. Claire não pôde deixar
de comparar Saint Asise com o Château Royat em Clermont. Royat era magnifico,
mas Saint Assise era romântico e cheio de frescor, cheio de vida. Além do mais,
era a casa de campo de Henri Brigny.
Margarete Brigny entrou na frente e foi recebida pelos
caseiros, Monsieur e Madame Deveraux.
- Bom Soir Madame. Fez boa viagem? – disse a esposa do
caseiro.
- Sim, obrigada Marie – e dirigindo-se ao caseiro
disse – Bernard, trouxe algumas mudas para o orquidário. Por favor, pegue-as na
caixa marrom, perto das malas e guarda pra mim. Amanhã vamos trabalhar nisso.
- Oui, Madame.
Claire, Joan e Henri entraram logo depois.
- Vamos deixar nossas coisas e ir dar um passeio perto
do rio, o que acham? – perguntou Henri às meninas.
- Ótimo! – disse Claire – adoraria ver o rio manso e
tranquilo. Saint Assise é um paraíso- concluiu olhando ao redor.
Minutos depois, os três jovens corriam em direção ao
Sena. Joan parou no meio do caminho para colher algumas flores. Claire e Henri
chegaram até a beira do rio e ficaram sentados na pequena enseada formada pela
curva do Sena.
- Isto é maravilhoso – disse Claire com um suspiro.
Henri olhou para ela. Ela olhou para ele. A ternura
pairava no ar. Henri se aproximou dela e disse quase num sussurro.
- Minha pequena Claire, estou me apaixonando por você.
- Eu também, Henri, eu também.
Joan aproximava-se do casal quando viu a cena e sorriu
satisfeita, voltou a colher
Nesse momento Henri a abraçou e lhe deu um beijo
apaixonado. flores.
O entardecer à beira do rio era um espetáculo para os
olhos. A suave cor laranja do pôr do sol tomava conta do lugar, um cenário
perfeito para o início de um grande amor entre Claire e Henri.
*******
O verde do jardim de Saint Assise era muito bonito e
dava uma impressão de paraíso terrestre para Claire. No sábado de manhã, ela
levantou-se muito cedo, antes e todo o mundo, e foi passear nos jardins. O
tempo passou e ela não percebeu. Quando o sol já brilhava forte, ouviu o chamado
de Madame Brigny perto dela.
- Bom dia mom cherie, acordou cedo
- Bom dia Madame, sim, isto aqui é tao lindo que não
queria perder um minuto só da minha vida para estar aqui.
Madame Brigny sentou-se ao lado dela no pequeno
banquinho de madeira e de ferro.
- Que bom que você tenha gostado tanto de Saint
Assise. Para mim é também um paraíso.
- Sim, eu moraria aqui para sempre. Gosto da cidade,
mas aqui é realmente maravilhoso.
- Henri pensa o mesmo de você. A propósito, ele já
acordou e perguntou por você.
- Henri....esqueci do Henri, tínhamos que tomar o café
cedo e ele vai me mostrar o orquidário.
- Vá logo minha filha – disse Margarete sorrindo –
Joan já está tomando café e também esperando por você.
Após o café da manhã, Henri levou Claire até o orquidário.
Joan ficou com Madame Brigny na cozinha, interessada em aprender a cozinhar uma
receita de pato assado com especiarias da região e uma torta de verduras que
era a favorita da família por séculos.
Henri e Claire, de mãos dadas chegaram ao orquidário e
ele explicava os diversos tipos de orquídeas e outras flores que se encontravam
dentro de uma estufa de vidro a temperatura ambiente. As flores eram
simplesmente magnificas. Claire se deliciava com o conhecimento de Henri.
Depois foram por uma trilha em direção oposta ao rio.
- Onde estamos indo?
- É surpresa, já estamos chegando.
Eles seguiram por uma trilha entre espessa vegetação e
chegaram até uma cabana que parecia abandonada.
Henri tirou a chave do bolso e a abriu. Claire entrou
depois dele. A cabana era pequena, tinha uma sala e um pequeno dormitório com
uma cama de solteiro. Apesar de parecer velha, a cabana estava limpa.
- Que linda Henri....não imaginava encontrar uma
cabana aqui
- Sim, meu avô o construiu para um hospede há muitos
anos, e quando quero fica só, eu sempre venho aqui. Madame’ Devereaux a mantem
limpa, especialmente quando sabe que virei a Saint Assise.
Claire viu alguns quadros pendurados na parede de cor
azul clara. Uma estante de livros de perfumes, essências e botânica, uma
enciclopédia enorme sobre a pequena mesa. Tudo, tudo muito bonito. Ela se
sentiu como se pertencesse a esse lugar.
Nesse momento, Claire olhou para Henri e viu nos seus
olhos um brilho de felicidade. Ele a abraçou com ternura e ficaram assim por um
bom tempo. Depois se beijaram.
Claire sentia-se nas nuvens. Ele a levou nos braços
até a cama.
- Claire mom amour, Je t’aime.
- Je t’aime aussi Henri.
Os dois se beijaram e um forte desejo de amar pairava
no ar.
- Claire, te amo, mas não quero te forçar a algo que
você não queira.
- Henri, eu te amo, e eu quero você!
Os dois se abraçaram e se fundiram num beijo
apaixonado, cheio de desejo, cheio de paixão. O amor tomou conta da pequena
cabana. Claire começou a sentir, pela primeira vez, o quanto era bom ser amada,
completamente.
Os raios do sol de verão no idílico Saint Assise,
brilhavam com intensidade. Henri e Claire já estavam unidos pela paixão.
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