sábado, 10 de janeiro de 2015

ALMA, A FILHA DO DESTINO ( CAP.VI PARTE VII)



Os últimos dias de férias ao lado de Henri foram de uma grande felicidade para Claire Dupont. A menina tímida que veio de muito longe, que ainda tinha dificuldade para falar bem o francês mas que aprendia muito rápido, conquistou o coração do rapaz que, feliz, trabalhava e estudava com afinco. Começaria o seu último ano de estudos universitários, enquanto que Claire devia continuar os estudos por alguns anos mais apesar de quase ter dezoito anos.
Os dias passavam rápidos, a alegria de estar juntos era algo tonificante para os dois jovens apaixonados. Mas Claire ainda não contara ao pai que estava namorando Henri.
Pois bem, no último final de semana de férias, Madame Brigny convidara Claire e Joan para descansar em Saint Assise. As meninas aceitaram de imediato e Gerard não opôs nenhum impedimento à viagem, por tanto, na sexta feira a tarde, Claire e Joan acompanhadas de Madame Brigny e de Henri foram para Seine-Port. Monsieur Dupont até fora convidado a acompanha-los, mas como tinha muito trabalho antes do início das aulas da universidade, preferiu ficar em casa e dedicar-se às tarefas inerentes a profissão.
Quando chegaram a Saint Assise após uma curta viagem de trem já passavam das sete da noite. Ainda tinha um sol caliginoso de verão quando chegaram à casa. Ao descer do taxi, Claire sentiu o aroma da vegetação e das flores do jardim da casa.
A casa adquiria um tom laranja com o entardecer e o silencio só era quebrado com o canto dos pássaros e os latidos dos cachorros dos empregados da casa. Tudo era bucólico e romântico. Claire não pôde deixar de comparar Saint Asise com o Château Royat em Clermont. Royat era magnifico, mas Saint Assise era romântico e cheio de frescor, cheio de vida. Além do mais, era a casa de campo de Henri Brigny.
Margarete Brigny entrou na frente e foi recebida pelos caseiros, Monsieur e Madame Deveraux.
- Bom Soir Madame. Fez boa viagem? – disse a esposa do caseiro.
- Sim, obrigada Marie – e dirigindo-se ao caseiro disse – Bernard, trouxe algumas mudas para o orquidário. Por favor, pegue-as na caixa marrom, perto das malas e guarda pra mim. Amanhã vamos trabalhar nisso.
- Oui, Madame.
Claire, Joan e Henri entraram logo depois.
- Vamos deixar nossas coisas e ir dar um passeio perto do rio, o que acham? – perguntou Henri às meninas.
- Ótimo! – disse Claire – adoraria ver o rio manso e tranquilo. Saint Assise é um paraíso- concluiu olhando ao redor.
Minutos depois, os três jovens corriam em direção ao Sena. Joan parou no meio do caminho para colher algumas flores. Claire e Henri chegaram até a beira do rio e ficaram sentados na pequena enseada formada pela curva do Sena.
- Isto é maravilhoso – disse Claire com um suspiro.
Henri olhou para ela. Ela olhou para ele. A ternura pairava no ar. Henri se aproximou dela e disse quase num sussurro.
- Minha pequena Claire, estou me apaixonando por você.
- Eu também, Henri, eu também.
Joan aproximava-se do casal quando viu a cena e sorriu satisfeita, voltou a colher
Nesse momento Henri a abraçou e lhe deu um beijo apaixonado. flores.
O entardecer à beira do rio era um espetáculo para os olhos. A suave cor laranja do pôr do sol tomava conta do lugar, um cenário perfeito para o início de um grande amor entre Claire e Henri.
*******
O verde do jardim de Saint Assise era muito bonito e dava uma impressão de paraíso terrestre para Claire. No sábado de manhã, ela levantou-se muito cedo, antes e todo o mundo, e foi passear nos jardins. O tempo passou e ela não percebeu. Quando o sol já brilhava forte, ouviu o chamado de Madame Brigny perto dela.
- Bom dia mom cherie, acordou cedo
- Bom dia Madame, sim, isto aqui é tao lindo que não queria perder um minuto só da minha vida para estar aqui.
Madame Brigny sentou-se ao lado dela no pequeno banquinho de madeira e de ferro.
- Que bom que você tenha gostado tanto de Saint Assise. Para mim é também um paraíso.
- Sim, eu moraria aqui para sempre. Gosto da cidade, mas aqui é realmente maravilhoso.
- Henri pensa o mesmo de você. A propósito, ele já acordou e perguntou por você.
- Henri....esqueci do Henri, tínhamos que tomar o café cedo e ele vai me mostrar o orquidário.
- Vá logo minha filha – disse Margarete sorrindo – Joan já está tomando café e também esperando por você.
Após o café da manhã, Henri levou Claire até o orquidário. Joan ficou com Madame Brigny na cozinha, interessada em aprender a cozinhar uma receita de pato assado com especiarias da região e uma torta de verduras que era a favorita da família por séculos.
Henri e Claire, de mãos dadas chegaram ao orquidário e ele explicava os diversos tipos de orquídeas e outras flores que se encontravam dentro de uma estufa de vidro a temperatura ambiente. As flores eram simplesmente magnificas. Claire se deliciava com o conhecimento de Henri.
Depois foram por uma trilha em direção oposta ao rio.
- Onde estamos indo?
- É surpresa, já estamos chegando.
Eles seguiram por uma trilha entre espessa vegetação e chegaram até uma cabana que parecia abandonada.
Henri tirou a chave do bolso e a abriu. Claire entrou depois dele. A cabana era pequena, tinha uma sala e um pequeno dormitório com uma cama de solteiro. Apesar de parecer velha, a cabana estava limpa.
- Que linda Henri....não imaginava encontrar uma cabana aqui
- Sim, meu avô o construiu para um hospede há muitos anos, e quando quero fica só, eu sempre venho aqui. Madame’ Devereaux a mantem limpa, especialmente quando sabe que virei a Saint Assise.
Claire viu alguns quadros pendurados na parede de cor azul clara. Uma estante de livros de perfumes, essências e botânica, uma enciclopédia enorme sobre a pequena mesa. Tudo, tudo muito bonito. Ela se sentiu como se pertencesse a esse lugar.
Nesse momento, Claire olhou para Henri e viu nos seus olhos um brilho de felicidade. Ele a abraçou com ternura e ficaram assim por um bom tempo. Depois se beijaram.
Claire sentia-se nas nuvens. Ele a levou nos braços até a cama.
- Claire mom amour, Je t’aime.
- Je t’aime aussi Henri.
Os dois se beijaram e um forte desejo de amar pairava no ar.
- Claire, te amo, mas não quero te forçar a algo que você não queira.
- Henri, eu te amo, e eu quero você!
Os dois se abraçaram e se fundiram num beijo apaixonado, cheio de desejo, cheio de paixão. O amor tomou conta da pequena cabana. Claire começou a sentir, pela primeira vez, o quanto era bom ser amada, completamente.
Os raios do sol de verão no idílico Saint Assise, brilhavam com intensidade. Henri e Claire já estavam unidos pela paixão.

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