sábado, 7 de maio de 2011

A LIVRARIA, AS PALAVRAS E CLARICE



O cheiro não me era estranho. Era muito perturbador e ao mesmo tempo muito agradável. Milhares de palavras cheiravam mistérios, descobrimentos, saudades.
Saudades dos meus livros de infância, dos da minha adolescência, saudades de mim mesmo (escrevi como Clarice).
E andando no meio dos estantes de livros de poesia, romances, biografias, crônicas, contos, etc, me deparei com um pequeno espaço dedicado a Clarice Lispector, minha escritora favorita.
Há um bom tempo que não mergulhava no pensamento da Clarice. Ela é maravilhosa e sublime; mas também provoca em mim uma inimaginável sensação de melancolia e sofrimento.
Por outro lado, a melancolia me inspira a escrever. Clarice é a minha inspiração.
Abri um livro dela e li a palavra PERSONA. Ela diz que há diferenças entre PESSOA e PERSONA. Todos colocamos mascaras nesta vida e todos queremos esconder aquilo que realmente somos e sentimos. PESSOA é um ente original, sem mascaras, nu de rosto e de alma, e é a imagem do homem verdadeiro, um gerador do mais elevado conceito de humanidade..
PERSONA é mais fácil. É só colocar a mascara e fingir, atuar, e tentar sobreviver neste vasto cenário do dia a dia.
As vezes existem “personas” que escondem aquilo que elas nem sabem direito o que é.
Saber quem somos, realmente continua sendo o grande mistério da vida.

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