quinta-feira, 13 de outubro de 2011
AS ÁGUAS DO MAR
Em outubro as águas do mar adquirem uma tonalidade verde escura. As águas ficam ainda frias devido à passagem do inverno e a primavera que ainda demora em esquentá-las.
De manhã bem cedo, lá pelas seis, acordo agitado e vou à praia. Tiro minha roupa, fecho os olhos, inspiro profundamente e entro no mar. A água salina desliza-se pelo meu corpo e o mistério entre o mar e eu atinge um grau de significância extraordinária.
Dois mistérios, o mar e eu. Ambos levamos as nossas vidas tranquilamente, independente do que acontece ao nosso redor. Enquanto tomo um gostoso banho matutino, as ondas serenas me cobrem e me abraçam num frenesi de esperanças e de paixões.
Clarice Lispector disse que o mar é o mais imutável dos seres não humanos. Ele tem o seu mistério. Eu também tenho. Quando sinto a fria água salina deslizar-se pelo meu corpo, entendo um pouco deste mistério. Talvez nesse momento eu entenda mais o mar do que a mim mesmo.
As ondas vão e vem como se fossem largos abraços apaixonados. Sinto a forte atração que elas me oferecem e me debruço sem reservas nem medos ao encontro delas. Isso me proporciona uma liberdade que jamais senti antes. Isso é simplesmente maravilhoso.
O mar e eu, dois mistérios, duas existências entrelaçadas neste universo.
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