Chamou-me a atenção um artigo que li no jornal neste domingo chuvoso de outubro sobre uma entrevista a um poeta e escritor Sueco, ganhador do Premio Nobel de Literatura 2011 : Tomas Tranströmer. O que mais me impactou sobre as respostas que deu ao jornalista é a explicação que ele deu sobre o que é a poesia, pelo. Ele diz que pensa sempre em imagens e a música é parte importante da sua vida. Isto se expressa na sua escrita. A música significa, se não tudo, uma imensidão de coisas. Também faz uma comparação com os sonhos. Para Tranströmer, um poema não é outra coisa senão um sonho que ele realiza na vigília. O sonho e o poema vêm da mesma pessoa. Eles tem certas leis em comum.
No tocante a música, senti uma identificação real com o poeta sueco. Pois para mim, a música expressa não só a arte em si; refiro-me à arte de expressar a beleza pelos sons, mas também é uma fonte de inspiração literária incrível. No que se refere aos sonhos, bem, quantas vezes me senti imerso em um profundo sonho ao escrever alguma poesia? Inúmeras vezes.
E a imagem é o elemento básico e indispensável de todo pensamento. A minha mente forma imagens, que podem estar acompanhadas por uma suave música, para depois, transformar-se em escrita, tanto em verso como em prosa.
Vivemos numa época em que, submetidos ao excesso de informação, as imagens invadem nossa mente de forma tão rápida e desorganizada que embotam nosso pensamento. Portanto, aprecio aquela imagem que se transforma em poesia através de um elaborado processo de intelectual e de sensibilidade.
Para mim, como para Tranströmer, a poesia não é nada mais do que imagens que formam pensamento num eterno sonho e, se acompanhado por uma melodia, torna-se uma obra de arte imperecível.
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